Fabio Capello recorda jogadores que treinou

Fabio Capello é um dos treinadores de maior renome na história do futebol, conhecido pelo seu foco na disciplina e abordagem tática apurada. Com passagens por clubes como Milan, Real Madrid, Roma e Juventus, construiu uma carreira marcada por títulos e decisões firmes.

Recentemente, em entrevista ao jornal El Mundo, o antigo treinador italiano destacou, por um lado, a sua admiração por Ronaldo ‘Fenômeno’, que treinou durante época e meia. Por outro lado, ele criticou uma característica de Pep Guardiola que considera estar a limitar o técnico espanhol, que também foi seu jogador.

Ronaldo Fenômeno “estava gordo”

Então, Fabio Capello treinou Ronaldo em 1996/1997, no Barcelona, e em 2006/2007, no Real Madrid. No primeiro encontro, o Fenômeno brilhou com 47 golos pelos blaugrana, mas no segundo encontro, ele marcou apenas 4 golos pelos merengues. “O melhor jogador que treinei. Corri com ele”, confessou o treinador.

Capello relembrou então a decisão de afastar Ronaldo do plantel madridista: “Estava gordo, não queria emagrecer e gostava demasiado da vida noturna. O pior é que arrastava os colegas de equipa para essa vida e acabava por me criar um problema ainda mais grave. Dei-lhe a opção de perder peso e comportar-se. Não quis, fora”, revelou.

Ronaldo Fenômeno, ex-jogador do Real Madrid. Foto: Getty Images

Assim, apesar das críticas, o ex-treinador não deixa de reconhecer a genialidade do ex-atacante: “Sem lesões e cuidando-se, Ronaldo teria sido o número um da história ao nível de Messi e Maradona. Por um lado, não pôde e, por outro, não quis”, lamentou.

Pep Guardiola tem “arrogância” no Manchester City

Por fim, Fabio Capello também orientou Pep Guardiola, durante uma curta passagem pelo Roma na época 2002/03. No entanto, a memória do atual treinador do Manchester City não é das melhores: “Não discutimos, mas veio dizer-me como tinha de fazer o meu trabalho e eu respondi-lhe: ‘Corres e depois falas’”, relembrou.

Sabes o que não gosto no Guardiola? A arrogância. A Champions League [ganha] com o Manchester City foi a única em que não tentou nada de estranho nos jogos decisivos. Mas nos outros anos, ele queria ser o protagonista, mudava coisas para poder dizer: ‘Não são os jogadores que ganham, sou eu’. E essa arrogância custou-lhe várias Champions. Além disso, ainda que não seja só culpa sua, causou um dano tremendo ao futebol”, apontou Capello.

Pep Guardiola, treinador do Manchester City. Foto: Getty Images

Apesar das críticas, Capello reconhece a influência de Guardiola no futebol: “Vi três revoluções: o Ajax de Cruyff, o Milan de Sacchi e o Barcelona de Guardiola. Ele fez coisas maravilhosas, e não tenho problema em admitir isso”, concluiu.