Ancestrais de Vinícius Jr.

O avançado Vinícius Jr. recebeu uma surpresa antes do jogo da seleção brasileira frente ao Uruguai. A partida, realizada nesta terça (19) em Salvador, no estado da Bahia, homenageou o Dia da Consciência Negra. A data, também conhecida como Dia de Zumbi dos Palmares, é feriado nacional no Brasil.

O jogador do Real Madrid recebeu o resultado das mãos do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). De acordo com o exame de ADN da African Ancestry, Vinícius Jr. é descendente da tribo Tikar, do Camarões.

Não sabia, estou vendo agora. Mas estou muito feliz. Agora é ganhar o jogo, bora pra cima”, disse Vini antes do pontapé inicial. Brasil e Uruguai empataram em 1-1 em jornada válida pelo apuramento sul-americano à Copa do Mundo de 2026.

“Símbolo de resistência ao racismo”

Em nota publicada no site ofical da CBF, a entidade explicou o motivo do ato. “Para nós, Vini Jr. não é apenas o melhor jogador de futebol do mundo atualmente, mas também um símbolo de resistência ao racismo e uma inspiração global“, afirmou o texto.

Segundo o artigo, “Vini Jr. carrega consigo o desejo de honrar suas raízes. No entanto, como muitos afrodescendentes, sua história ancestral foi apagada pelo racismo e pelo legado da escravidão“.

Tifo celebra jogadores afro-brasileiros e o Dia da Consciência Negra. Foto: Imago

Em busca das raízes

Vinícius José Paixão de Oliveira, pai de Vini Jr., mostrou-se emocionado. “É importante para a gente saber de onde nós viemos. São as coisas que os brasileiros, na verdade, não sabem. De onde veio a nossa ancestralidade, a nossa antecedência. Mas fico feliz, somos de Camarões também”, disse à CBF.

A iniciativa é parte de um projeto chamado “Raízes de Ouro”. Trata-se de uma parceria do órgão máximo do futebol brasileiro com a African Ancestry. A empresa é focada em fazer análise da ADN para descobrir a origem de pessoas da diáspora africana ao redor do mundo.

O Brasil foi o país que mais recebeu africanos escravizados entre os séculos XVI e XX. Cerca de 4,86 milhões de africanos foram levados à força para o país durante o período colonial português e do império. Os números são de The Transatlatic Slave Trade Database, segundo a Agência Pública.