Confiança
Fredy está confiante e acredita que Angola vai conseguir apurar-se para a fase final do Campeonato Africano das Nações (CAN), prova que vai decorrer de 21 de dezembro de 2025 a 18 de janeiro de 2026, em Marrocos, e também aponta a uma presença no Mundial de 2026.
“Classifico como um momento bastante positivo, uma transição bem conseguida onde o Pedro tem uma enorme influência. Conseguimos voltar a ser competitivos com as seleções mais fortes e isso trouxe uma grande conexão entre a seleção e o povo”, começou por dizer o capitão dos palancas negras, numa entrevista que concedeu ao jornal O Jogo.
“Claro que sim! Esse seria o nosso maior sonho. O meu, claramente! Somos realistas e sabemos que irá ser bastante difícil, porque vamos enfrentar duas seleções extremamente fortes como Cabo Verde e Camarões e não se trata só dentro do campo. Mas é um caminho que temos traçado e vamos com boas sensações. Estamos perante a geração mais talentosa do futebol angolano”, considerou o médio de 34 anos.
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Marcar presença no Mundial 2026
Desde 2006 que a seleção angolana não marca presença na fase final de um Mundial, na ocasião a equipa tinha figuras como Akwá ou Pedro Mantorras, por exemplo. Com 56 internacionalizações e dois golos, Fredy é o capitão da equipa angolana e realça a qualidade das opções que o selecionador Pedro Gonçalves tem em mãos.
“Estou na seleção há 10 anos e posso afirmar do que já vivi que esta é, sem dúvida, uma geração bastante forte. Conseguimos uma grande ligação entre os jogadores mais experientes e essa nata de jovens de grande valor. A vinda de muitos deles para a Europa ajudou imenso na evolução desportiva e na maturidade”.
A Seleção de Angola vai conseguir atingir as fases finais da CAN 2025 e do Mundial 2026?
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“Estamos numa fase muito boa, nota-se a felicidade e o entusiasmo por todo o lado, mas é fácil alguém que está fora da nossa realidade deslumbrar-se. Mas nós, que estamos dentro do processo, temos os pés bem assentes na terra e sabemos que o caminho vai ser longo e difícil, mas acreditamos bastante e esperamos conseguir esses êxitos tão ansiados. Está a ser lindo de se viver, até por ser algo acompanhado por toda essa alegria do nosso povo”, destacou o jogador dos turcos do Bodrumspor.
O valor do selecionador
Angola lidera o Grupo F da fase de apuramento para o CAN com seis pontos, mais três do que o Sudão e mais cinco do que Gana e Níger. Parte deste mérito pertence à equipa técnica liderada por Pedro Gonçalves.
“Acredito que o Pedro terá uma carreira bastante positiva, mas depende sempre dos próximos passos que irá dar. Não podemos esquecer que é o primeiro trabalho dele mais fora da formação, mas tem capacidade para evoluir e singrar. Acredito que, no futebol africano, ele já abriu boas portas e mostrou o seu potencial”, salientou, enumerando alguns nomes.
“Temos Zito, Milson, Chico Banza, Show, Maestro, Sandro Cruz, Zine, Domingos Andrade. Temos aqui jogadores mais jovens que reúnem muito potencial e podem ter futuro brilhante”.
Durante a fase final do último CAN, tornaram-se virais as imagens e vídeos das entradas da comitiva angolana antes dos jogos. “A última CAN foi algo único e marcante, não só para nós os jogadores, mas para todo o país. Voltámos a dar alegria e esperança ao povo, para nós foi o reconhecimento de um trabalho árduo que já vinha de muitos anos. E, mais do que isso, foi depois a receção calorosa que tivemos em Angola”, começou por recordar.
“Nós gostamos de festa”, diz Fredy
“Aquilo está no sangue do povo angolano, nós gostamos de festa, de poder dançar e divertir-nos. As nossas entradas nos estádios tornaram-se super virais na CAN. Lembro-me de no primeiro jogo estar só o nosso fotógrafo, nos jogos seguintes cada vez mais pessoas apareciam e, no último jogo, contra a Nigéria, havia uns 10/15 fotógrafos. Como dissemos, isso é Angola”, assinalou.
A terminar, Fredy elogiou dois dos colegas de seleção.
“Eu e o Gelson Dala já nos conhecemos há imensos anos e, desde que vamos jogando juntos, temos um entendimento dentro e fora do campo muito bom. Acho que é um dos melhores jogadores africanos. Mabululu, para quem tem um conhecimento sobre futebol angolano, sabe que sempre foi um “striker”, é muito inteligente nas suas movimentações e está sempre à procura do golo, o que facilita essa conexão que também já vem dos tempos do Girabola”, finalizou.
Para este duplo confronto, da terceira e quarta jornadas, Angola vai defrontar nesta sexta-feira (11) o Níger em Luanda e quatro dias (15) depois as duas seleções voltam a defrontar-se.