“Não podemos ganhar sempre”
Paulo Torres, treinador do Desportivo da Huíla, recebeu um voto de confiança da direção do clube após cinco jogos sem vencer. Após a vitória frente ao Luanda City (4×1), o técnico huílano mostrou-se agradecido. O português disse ainda que muitas vezes os treinadores acabam por ser o alvo mais fácil – e o elo mais fraco – perante os maus resultados.
“Mesmo com cinco jogos sem ganhar, a direcção do clube manteve-se ativa com o treinador. Não me senti tratado de maneira diferente. Serve de exemplo. Nós, os treinadores, por vezes, somos despedidos injustamente, não podemos ganhar sempre. Agradecer à direcção e ao patrocinador que foram muito corretos”, começou por dizer Paulo Torres.
Atualmente na 12ª posição do Girabola, com 13 pontos conquistados em 12 jornadas, o Desportivo da Huíla tem como objetivo primário a manutenção. O técnico espera muitos desafios e dificuldades. “Temos um caminho longo pela frente. No final, vamos ver o que conseguimos fazer”, explicou.
Melhorias pela frente
Paulo Torres sabe que esse caminho será de sucesso apenas se conseguir implementar melhorias na sua equipa, que soma três vitórias, quatro empates e cinco derrotas. No entanto, a vitória e a boa exibição no último fim-de-semana já demonstram algumas mudanças.
“Nem tudo está bem. Temos de melhorar em muitas coisas. Esse é o nosso trabalho e é a nossa responsabilidade diária. O Desportivo da Huíla tem uma direcção que, independentemente de tudo que tem acontecido, é bastante flexível, sensível. Percebe quando os momentos não são os melhores”, reforçou desse modo o português.
Paulo Torres agradeceu voto de confiança porque “serve de exemplo”. Foto: Clube Desportivo da Huila
Ataque perdulário
Um dos aspectos a trabalhar é a finalização. Os avançados da equipa de Lubango têm-se mostrado bastante perdulários, e, por isso, com fraca produtividade, apesar da goleada na passada jornada. Daí o saldo negativo de golos: 12 sofridos, uma média de um por jogo, e apenas 11 marcados – o que sugere que se terminaram alguns jogos a zeros. Até dezembro, foram cinco.
Por exemplo, José Mendes, o melhor marcador da equipa, ainda só fez… dois golos. Com apenas 3 pontos de margem para a linha de água, o Desportivo da Huíla mede forças com o lanterna vermelha na próxima jornada. O jogo com o Isaac de Benguela é por isso importantíssimo para as contas de José Torres. O adversário, recorde-se, ainda não venceu.
“Cada jogo que vai passando vamos tendo mais responsabilidade. Este jogo merece-nos muito respeito, independentemente da posição do Isaac de Benguela. Tem um muito bom treinador e vai criar-nos muitas dificuldades. Somos favoritos mas temos de o provar nas quatro linhas. Foi essa a mensagem que passei aos meus jogadores”, analisou o técnico.