Superação!
Bastos para o mundo do futebol ou Bartolomeu Jacinto Quissanga como tem no cartão de cidadão. O defensor foi um dos esteios na época de sonho que o Botafogo teve neste ano de 2024 com as conquistas do Brasileirão, 29 anos depois, e da Taça Libertadores pela primeira vez. O ingresso do atleta de 33 anos no clube carioca teve vários episódios e alguns foram detalhados por um dirigente do Fogão.
O dia em que Bastos foi jogar num clube da 2.ª divisão…
O central, que recupera de uma lesão no músculo posterior da coxa esquerda,foi apenas o terceiro jogador nascido fora da América do Sul a fazer parte do melhor onze da Liga brasileira, os outros tinham sido o sérvio Petkovic e o neerlandês Clarende Seedorf.
“O Bastos tem uma história engraçada, porque ele saiu da Lázio com uma oferta para ir ao futebol da Arábia Saudita, só que, ou ele ou algum agente, confundiu o nome do clube. Ele chegou lá e não era realmente o clube que tinha expectativa de ser. Era um da segunda divisão“, começou por recordar em declarações ao programa Bola da Vez da ESPN Brasil.
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Bastos dirigiu-se para o Al Ain da Arábia Saudita e não para o clube homónimo dos Emirados Árabes Unidos, um dos crónicos candidatos a vencer a Champions League Asiática. Na Arábia, o jogador esteve no Al-Ain FC, foi emprestado ao Rostov da Rússia e passou ainda pelo Al-Ahli Jeddah antes da mudança para o Fogão.
“Tínhamos essa informação. O agente dele estava sempre em contacto, dizendo que ele poderia até sair livre. Trouxemos o jogador, acreditávamos muito no potencial, só que a adaptação demorou. Internamente, isso causou até… não digo ruído, mas todo mundo dizia: Não era este o defesa-central em quem vocês apostaram muito? Mas sabíamos que era uma questão de adaptação“, prosseguiu Alessandro Brito.
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Maratona de jogos nas pernas
Entre o Campeonato carioca, Brasileirão, Copa do Brasil e Taça Libertadores, o internacional angolano realizou 55 partidas, num total de 4548 minutos, marcou quatro golos, conquistou 26 duelos, 31 intercepções, 117 recuperações de bola, foi admoestado com o cartão amarelo por seis vezes, não viu nenhum vermelho e foi considerado um dos dois melhores defesas-centrais do campeonato brasileiro.
“Temos de entender de onde o atleta vem e dar tranquilidade para trabalhar. Não é chegar, vestir a camisa e começar a jogar. A todo o momento, deixávamos as pessoas muito tranquilas, e até o próprio Bastos. Dizíamos: Fica tranquilo, que no momento certo vais ter tua oportunidade. E deu certo“, completou.
O facto de ter feito a pré-epoca, a contratação de Artur Jorge para treinar o Glorioso, o entrosamento com Barboza, além das semelhanças no clima entre o Brasil e Angola, não obstante os mais de seis mil quilómetros que separam Luanda do Rio de Janeiro, ajudam a explicar a subida de rendimento do atleta que também voltou a representar a Seleção de Angola após um hiato de cerca de três anos e foi importante no apuramento para a fase final do CAN’2025.