Dois grandes amigos e colegas
No dia em que Cristiano Ronaldo completa quatro décadas de vida, não devem existir muitas pessoas que possam falar com tanto conhecimento de causa como o defesa-central Pepe. Os dois não foram apenas bons colegas de equipa e de seleção, mas são grandes amigos e têm muitas histórias juntos para contar.
O luso-brasileiro e internacional português aproveitou esta ocasião para recordar à Rádio Renascença alguns episódios entre ambos, quando ainda estavam no Real Madrid.
Um deles ocorreu pouco antes da saída do ex-jogador do emblema madrileno, em 2017, para os turcos do Besiktas. O outro aconteceu no início da época 2012/2013, quando Pepe perdeu os sentidos num jogo contra o Valência, após ter chocado contra o guarda-redes Iker Casillas.
“Se é pelo dinheiro, eu abdico do meu dinheiro para te dar”
Sobre o primeiro episódio, revelou: “Já tinha chegado o meu tempo no clube, porque foram 10 anos de muita exigência, onde abdiquei de muito tempo. Eu tentava explicar-lhe que já não conseguia estar ali pelas dificuldades que estava tendo nessa altura e ele dizia assim: “Se é pelo dinheiro, eu abdico do meu dinheiro para te dar”, mencionou o ex-FC Porto.
Sobre o segundo episódio, contou: “Foi no primeiro jogo do campeonato contra o Valência. Eu recebi uma pancada do Iker [Casillas], abri a cabeça e fui para o hospital. Ainda entrei no jogo [antes disso]. Faltavam 5′, entrei depois do intervalo e a partir daí não me lembro de mais nada“, explicou, antes de contar uma emocionante situação no hospital.
Pepe a ser consolado por CR7, após perceber que foi o último jogo que fez por Portugal. Foto: Justin Setterfield/Getty Images.
A história de Pepe com Cristiano Ronaldo, no hospital
“Quando acordei no dia seguinte no hospital, lembro-me que estava ainda com o equipamento do Real Madrid amarrado na cama. Depois, ia perguntar à minha família o que tinha acontecido, à minha mulher, que estava a cinco dias de ter a minha filha mais velha, que é a Angeli, e na notícia vejo que o Cris esteve lá no hospital connosco“, referiu o antigo defesa.
“O Cris esteve lá a noite praticamente toda comigo. Aliás, comigo não, com os meus familiares, porque eu estava no quarto. Mas ele esteve lá, dando força. Alguns comentários que fez só demonstram o carinho que temos um pelo outro“, salientou igualmente o central campeão europeu por Portugal.
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Por fim, acerca do abraço na derrota por grandes penalidades contra a França, no último Europeu, em 2024, Pepe respondeu se sentiu que poderia ser o último abraço em campo que daria a Cristiano Ronaldo: “Eu senti. Senti, porque a nossa trajetória foi muito paralela, com muita troca de sentimentos, muita partilha entre mim e ele“, concluiu.