Real Madrid ataca La Liga e RFEF
O Real Madrid está novamente em guerra com a La Liga e a Federação Espanhola de Futebol (RFEF), após a recusa do adiamento do encontro frente ao Osasuna, marcado para 19 de agosto. Esta partida, que abrirá oficialmente a temporada 2025/26 em Espanha, tornou-se o epicentro de uma nova polémica.

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Esta segunda-feira (4), o clube merengue reagiu à decisão com firmeza. Através do seu canal oficial, a Real Madrid TV, onde acusou diretamente o presidente da La Liga, Javier Tebas, e o juiz único de competição, José Alberto Peláez, de protagonizarem uma “manipulação” deliberada do calendário.
Parecer jurídico produz acusações graves
Num comunicado de tom inflamado, a RMTV não poupou críticas: “A LaLiga 2025/26 começa viciada, alterada e manipulada”. Para dar força às palavras, o clube recorreu a um parecer jurídico de Miguel García Caba, seu antigo dirigente, com experiência prévia na própria LaLiga e na RFEF.
Então, García Caba aponta o atraso de 22 dias na resposta de José Alberto Peláez à solicitação do clube como sinal de desrespeito à urgência da situação. O Real Madrid pedia o adiamento do jogo para proteger jogadores recentemente regressados do Mundial de Clubes, considerando que o tempo de preparação para a nova temporada é insuficiente.
“O que se assinou não foi uma resolução, foi um estouro à medicina desportiva, à lógica e à integridade da competição”, criticou o jurista. Ele acrescentou então que “aplicou-se o regulamento como um martelo e o clube mais golpeado foi, objetivamente, o Real Madrid.”
Críticas diretas a Javier Tebas
As críticas não se ficaram por aqui. O canal oficial do clube apontou ainda o dedo a Javier Tebas, acusando-o de ter interferido diretamente no processo: “Não é um passageiro, é o timoneiro. Decide o rumo e onde disparar”. Além disso, a emissora do clube denunciou uma alegada dualidade de critérios. “Quando se aplica a norma como garrote para uns e como tapete vermelho para outros, não há integridade. Há ajuste de contas.”
A crítica estendeu-se à forma como decisões administrativas podem influenciar o desfecho desportivo. “Um golpe como este não é neutro. Muda dinâmicas. Muda estados de forma. Muda resultados. Um ponto perdido em agosto vale o mesmo que em maio”, fez notar o clube.

Javier Tebas, presidente da La Liga, visado pelo Real Madrid. Foto: Getty Images
Por fim, o Real Madrid alertou ainda para o precedente que esta decisão pode criar no futuro. Apontando para a imparcialidade da RFEF, o clube terminou com uma reflexão preocupante: “A independência não basta ser exercida, tem de ser demonstrada. Hoje foi o Real Madrid, amanhã pode ser qualquer um.”