Início de Werick no Barcelona
Werick Caetano quase defendeu a seleção da Espanha. Formado nas categorias de base do Barcelona, o jogador tem passagem pelo Vasco antes de virar profissional.
Em entrevista exclusiva ao Somos Fanáticos, Werick conta que a CBF fez de tudo para ele jogar pela equipe canarinha no momento onde os espanhóis queriam que ele defendesse o time europeu.
“Rolou papo de ser convocado para a seleção da Espanha. Eu não tinha passaporte espanhol ainda. Eles vieram tentando convocar, mas foi naquela época que eles estavam levando todos os brasileiros”, conta Werick Caetano.
Por outro lado, a entidade brasileira tomou conhecimento da possibilidade e aproveitou a falta do passaporte para convocar o jogador para as seleções de base. Neste caso, a ideia era evitar perder um atleta para a Espanha.
“A CBF ficou sabendo e não queria que acontecesse de novo. Fui convocado para a Seleção Brasileira de base, no Sub-18″, expôs Werick, que também acrescentou sobre a geração que jogou na Amarelinha junto com ele.
“Minha geração tinha o Mauro Júnior, Fabricio Oya, Philipe Megiolaro, Bruno Fuchs… e vários outros atletas muito bons”, completou o jogador na entrevista para o Somos Fanáticos.
Quando era do Barcelona, Werick Caetano chegou a treinar no meio de estrelas como Messi, Suárez, Neymar, Andrés Iniesta e Sergio Busquets. O empresário de Werick na época foi Mazinho, campeão da Copa do Mundo de 1994 e pai de Rafinha e Thiago Alcântara.
Entrevista completa com Werick Caetano
Werick Caetano atualmente está com 26 anos. Como jogador, ele passou por seis países diferentes, o que fez com que ele seja fluente em quatro idiomas: inglês, espanhol, inglês e catalão. O hobby do atacante é jogar paddel.
Neste momento, o atleta está livre no mercado da bola após empréstimo ao Da Nang, do Vietnã, onde ele recebeu uma oferta financeira vantajosa. Ele aguarda por novas chances no futebol asiático.
- Nome completo: Werick Maciel Caetano de Oliveira
- Nascimento: 25 de abril de 1999 (26 anos)
- Nacionalidade: Brasil e Espanha (nasceu em Gurupi, no Tocantins)
- Posição: Atacante/ponta direita
- Pé preferido: Ambidestro
- Altura: 1,83m
- Peso: 80kg
Dentre os títulos conquistados por Werick no Barcelona, estão o Campeonato Espanhol Sub-15 e Sub-17 e a Copa Catalunha Sub-17. Pelo Vasco, ele jogou a final da Copinha.
Como você chegou no Barcelona?
– Na verdade, comecei em times menores de Barcelona e depois de três, quatro temporadas eu fui para o Barça mesmo. Eles se interessaram, me chamaram para amistosos e testes… daí, fui bem com gols, assistências e no terceiro amistoso me falaram que eu já estava contratado para a próxima temporada.
Facilitou por ser brasileiro?
– Brasileiro é sempre respeitado no mundo da bola. Abre portas. Me receberam muito bem (no Barcelona).
É muito diferente do que você já viu no futebol?
– É surreal o jeito que eles levam do Sub-10 até o primeiro time. A formação, tudo! O que eles tentam ensinar a nível pessoal e profissional é desde a base até o profissional.
Quem você acompanhou de perto a evolução?
– Naquela época, quem estava bem e dava para ver era o Ansu Fati, Gavi. Eles sim estavam fazendo sucesso. Dava para ver que os caras eram diferente.
Sentiu o baque quando jogou no Vasco?
– Nada a ver o futebol europeu com o Brasil. Por isso que eu sai muito rápido. É muita pegado na Europa. Senti a diferença. Custou um pouco entrar e me adaptar. Eu pego um dos melhores Sub-20 do Vasco, que chegou na final da Copinha.
Jogadores que viu crescer no Vasco
– Gabriel Pec, Talles Magno, Bruno Gomes, Ulisses, Tiago Reis… eram muitos jogadores bons.
Retorno ao futebol europeu
– Meu empresário achou a oportunidade de voltar para a Europa e jogar em um time inglês. Continuei sonhando e acreditando que dava para chegar. Era um time da segunda divisão, mas tinha potencial. Estrutura absurda com 12 campos naturais para treino, academia e profissionais. O clube estava disponível 24 horas para o jogador.
– Desde cedo, o Barcelona ensina tudo. Do pessoal até o fair play. É diferente. Não tive dificuldades da Espanha para a Inglaterra.
Você se profissionalizou na Polônia. O que achou de jogar no país?
– Uma das maiores dificuldades (na Polônia) foi o frio. Tinha dias que chega a -10º, -15º. Tudo é aprendizado e experiência. Fiquei feliz de ter jogado na Polônia.
Quando o Beroe aparece na sua vida?
– O presidente (do Beroe) era argentino, conhecia meu empresário e me chamou. É um campeonato com muitos brasileiros. Todos os times que a gente jogava contra conversamos com os brasileiros. É sempre bom encontrar com conterrâneos.
Estreia no Beroe, da Bulgária
– Minha estreia no Beroe foi um sonho, porque foi a primeira vez que eu joguei na primeira divisão de uma liga europeia.
Qual é o diferencial para se adaptar fora do seu país de origem?
– Tem que aprender a lidar com isso (sair cedo). Estar aberto às novas culturas, ter bom relacionamento e se adaptar a realidade de outros países, onde tem que ter paciência.
Gostou de jogar no Vietnã?
– (Jogar no Vietnã) Foi a minha primeira experiência na Ásia. É um clima parecido com o do Brasil.
Guarda algum arrependimento da carreira?
– Se pudesse voltar atrás, tomaria algumas decisões diferentes. Mas não me arrependo de nada. Na hora, a gente acha acerto. As consequências chegam para o lado bom e ruim. A gente amadurece e muda de mentalidade.