Enzo Maresca pode enfrentar problemas também

O Chelsea volta ao centro das atenções por questões extracampo. Mesmo após apresentar lucros expressivos e escapar de punições na Premier League, o clube violou as regras de sustentabilidade financeira da Uefa e pode sofrer sanções severas, incluindo o banimento de competições europeias.

A situação veio à tona após a divulgação do balanço financeiro mais recente dos Blues, que registrou lucro de quase 130 milhões de libras. O número só foi alcançado graças à venda da equipe feminina do clube, uma operação considerada controversa.

Segundo o clube, a venda foi feita à BlueCo, holding que pertence aos mesmos proprietários do Chelsea, Todd Boehly e a Clearlake Capital. Ou seja, na prática, o clube teria vendido sua equipe para si mesmo, gerando lucro contábil de 198,7 milhões de libras.

Todd Boehly, presidente do Chelsea .(Photo by Clive Rose/Getty Images)

A manobra foi suficiente para atender às exigências da Premier League, que permite esse tipo de transação entre partes relacionadas. No entanto, a Uefa não reconheceu a validade da operação e considerou que houve infração nas suas regras de controle financeiro.

De acordo com o jornal “The Times”, o Chelsea ultrapassou o limite de perda permitido pela Uefa, que é de 170 milhões de libras em três anos. Sem as receitas “artificiais”, o clube teria declarado perdas de 358 milhões no período.

Chelsea vai ter que entrar em negociação

Agora, o clube negocia diretamente com a Uefa uma penalização. Entre as possibilidades está a imposição de um teto de gastos para os próximos três anos, além de multa financeira. Há ainda o risco de exclusão de torneios europeus em caso de reincidência.

A situação do Chelsea não é isolada. Segundo o “The Times”, ao menos outros três clubes europeus também estariam em desacordo com os critérios de sustentabilidade da entidade, que promete maior rigor na aplicação das normas.

Enquanto isso, a Premier League segue permitindo essas manobras. Uma proposta para proibir vendas internas como a feita pelo Chelsea foi rejeitada na última reunião da liga. Isso reacende o debate sobre transparência e fair play financeiro no futebol inglês.