Ruben Amorim defende escolha por Bayindir
Ruben Amorim estava a apenas 55 segundos de uma coletiva de imprensa pós-jogo que durou pouco mais de três minutos e meio em Old Trafford, no domingo, quando foi confrontado com uma pergunta que o fez recuar e levantar as sobrancelhas em espanto.
A questão envolvia seu goleiro e se ele tinha considerado colocar o veterano Tom Heaton, ex-jogador da seleção inglesa, no lugar de Altay Bayindir na partida da Premier League contra o Arsenal. “Por quê?” foi a resposta direta, acompanhado de um olhar fixo e inabalável.
Esse tipo de troca foi comum no Manchester United durante a era de Sir Alex Ferguson, quando jornalistas faziam perguntas que o técnico considerava absurdas ou que ameaçavam revelar uma fraqueza. Para Ferguson, tais questões exigiam uma resposta firme e uma estratégia de defesa coletiva.
“Você está conosco ou contra nós” era o mantra de Ferguson, que enxergava a maioria dos jornalistas no campo adversário, tratando suas opiniões com desdém.
Recentemente, Amorim encontrou-se com Ferguson na inauguração das instalações de treinamento renovadas do United.
Não está claro se discutiram táticas para lidar com a mídia, mas Amorim claramente tem buscado este verão para criar um vínculo forte com sua equipe, que se refletiu em como o domingo se desenrolou. Eventos podem mudar rapidamente quando a janela de transferências está próxima do fechamento.
O United havia decidido renovar suas opções de ataque com os recursos disponíveis, e mesmo com a possibilidade de Gianluigi Donnarumma estar disponível devido à sua situação no Paris Saint-Germain, Old Trafford deixou claro que o goleiro italiano não estava em seus planos.
Manchester United: Amorim explica escolha no gol
Essa posição, aparentemente, não mudou. A escolha de Onana contra o Arsenal provavelmente esteve presente nos pensamentos de Amorim. Afinal, foi evidente quem era sua primeira opção quando Onana foi escalado para a final da Liga Europa em maio, apesar dos erros notáveis que cometeu na preparação para a derrota contra o Tottenham em Bilbao.
Contudo, Amorim destacou em uma coletiva pré-jogo que o camaronês estava disponível para enfrentar a equipe de Mikel Arteta, mas ele havia completado apenas três sessões de treino após se recuperar de uma lesão no tendão.
Na ausência de Onana, Amorim viu Bayindir ter um desempenho sólido durante uma campanha de verão que atravessou três países, onde o United permaneceu invicto, e o goleiro de 27 anos participou de três jogos e meio dos cinco disputados.
Foi com base nisso que Amorim concluiu que, para os jogadores acreditarem em sua filosofia de grupo, seria incorreto retirar Bayindir por Onana, cuja forma física só poderia ser comprovada durante o jogo. A escolha de Amorim em adotar uma postura ofensiva durante a coletiva após a partida parecia parte de uma estratégia mais ampla.
O técnico português rebateu com vigor: “Ele sofreu um gol assim onde?”, questionou, quando lhe foi mencionado que Bayindir havia sido criticado anteriormente por situações semelhantes.
Manchester United: Amorim mantém confiança nos goleiros
Quando um jogo contra o Tottenham foi mencionado, Amorim foi rápido em responder: “Sem VAR, é uma falta”, disse, defendendo seu goleiro. Ele sustentou sua defesa mencionando a próxima atuação de Bayindir, no empate do terceiro turno da FA Cup contra o Arsenal, onde foi eleito o melhor em campo na vitória surpreendente nos pênaltis.
“Você não se lembra do jogo?”, perguntou Amorim, sem dar chance de resposta ao inquisidor. “Eu me lembro. Altay foi inacreditável.” A partir desse contexto, Amorim fez a escolha do último domingo. “Eu não tirei Onana do grupo”, acrescentou Amorim. “Depois de apenas uma semana, sem ver um jogo, sem treinar.”
Duas vezes Amorim foi questionado se estava satisfeito com seus três goleiros. Ele contornou a situação na primeira vez, mas quando pressionado novamente, confirmou que estava, acompanhado por um movimento de cabeça, como se dissesse “você realmente está me ouvindo?” Vinte segundos depois, ele havia deixado a coletiva.
Amorim não deve falar com a mídia novamente até sexta-feira, quando é quase certo que será questionado sobre quem será o goleiro contra o Fulham, no Craven Cottage, no domingo, e é igualmente provável que se recuse a responder. A maioria espera que Onana seja chamado para o jogo.