Tempo e paciência: luxo que Amorim admite não ter, mas Arteta teve

Ruben Amorim assumiu o Manchester United em novembro de 2024. Logo reconheceu, em entrevista ao The Times, que não terá o tempo de reconstrução que Mikel Arteta teve no Arsenal. “Não acho que terei o tempo que o Arteta teve”, afirmou o técnico português. Ele ressaltou a pressão histórica do United por resultados imediatos.

Até aqui, o começo de Amorim não foi animador. Nas primeiras 25 partidas, seu aproveitamento ficou em 44%, com 11 vitórias, 5 empates e 9 derrotas, segundo o Squawka. Já Arteta, nos primeiros 25 jogos no comando do Arsenal, teve 56% de aproveitamento. Foram 14 vitórias, 6 empates e apenas 5 derrotas.

As estatísticas também mostram diferenças no desempenho ofensivo e defensivo. Sob Amorim, o United marcou 38 gols e sofreu 34 no mesmo recorte, segundo o Squawka. Já o Arsenal de Arteta, balançou as redes 47 vezes e foi vazado apenas 27, de acordo com o Opta.

Amorim e Arteta durante jogos de seus clube. Foto: AJ Reynolds/Getty Images|Carl Recine/Getty Images

Recriar mentalidade versus transformar do zero

No United, Amorim vem impondo uma filosofia de forte cultura interna — pressionando firmemente o time, afastando jogadores que não rendem e buscando coesão imediata. Em análise do TalkSport, esse processo é comparado à “limpeza de vestiário” que ele já aplicava no Sporting.

Arteta, por outro lado, teve margem de manobra para reformular o Arsenal com calma, despachando peças como Mesut Özil e Pierre-Emerick Aubameyang, valorizando jovens e construindo um estilo consistente que o levou a brigar por títulos, como relembrou o The Sun.

Contexto prévio e legado como fatores de partida

Arteta chegou ao Arsenal já com bagagem da Premier League e trabalho como auxiliar de Pep Guardiola no Manchester City — o que facilitou sua adaptação à cultura do clube, segundo o The Sun.

Amorim, embora experiente e vencedor em Portugal, desembarcou com histórico recente no Sporting e Braga, mas sem experiência na elite das cinco grandes ligas — fator que, como apontou o The Guardian, torna sua missão no United ainda mais urgente.

O estágio atual de cada elenco também pesa. O Arsenal de Arteta já mostrava evolução clara em métricas como posse de bola e finalizações criadas. Já o United de Amorim, busca consistência ofensiva e defensiva, contraste que reforça por que a paciência, fator determinante de Arteta, é um recurso escasso para Amorim.