Disciplina rígida encontra resistência no elenco
O Real Madrid começou a temporada acreditando que a disciplina de Xabi Alonso se somaria à liberdade criativa que Carlo Ancelotti deixara como herança, formando um time ainda mais equilibrado e perigoso.
Logo nas primeiras semanas, entretanto, sessões de treino mais longas, análise de vídeo detalhada e cobranças físicas severas passaram a pesar para um elenco que estava acostumado a um ambiente mais solto e centrado no jogador.
Derrotas expõem limitações do novo modelo
Mesmo ocupando o topo do campeonato nacional, a falta de regularidade apareceu quando veio a derrota por 5 a 2 para o Atlético de Madrid, resultado que escancarou problemas nas transições e nas bolas paradas.
Pouco depois, a visita a Anfield terminou em 1 a 0 para o Liverpool: o time espanhol teve muita posse, quase não finalizou com perigo e mostrou pouca ousadia para quebrar linhas.
O empate sem gols contra o Rayo Vallecano, com mais de vinte chutes sem sucesso e troca de passes lenta, reforçou a ideia de que o ataque perdeu espontaneidade.
Após a vitória da França por 4 a 0 sobre a Ucrânia, Kylian Mbappé foi questionado sobre o clima no vestiário merengue. O atacante admitiu que o rendimento recente está abaixo do esperado para um clube do tamanho do Madrid, disse que “jogaram muito mal” e prometeu resposta depois da pausa das seleções.
Suas poucas palavras bastaram para confirmar o incômodo interno e aumentar a pressão sobre Alonso, que ainda precisa de vitórias consistentes para obter apoio total.
Próximos jogos exigirão resposta imediata
Apesar do barulho, Florentino Pérez mantém confiança no projeto de longo prazo e descarta medidas drásticas; Alonso tem contrato até 2028, e a palavra de ordem segue sendo estabilidade.
Mesmo assim, a comissão avalia reduzir a carga física, realizar sessões táticas mais participativas e, principalmente, recuperar a sintonia com Vinícius Júnior, insatisfeito com substituições e salário, o que travou a renovação.
Os próximos jogos contra Elche, Olympiacos e Girona funcionarão como termômetro: se o Real Madrid reagir, o discurso de crise recuará; caso contrário, falar-se-á menos em projeto e mais em urgência por resultados imediatos.
