Alerta interno no vestiário Real Madrid

Desde que os dirigentes do Real Madrid notaram que Xabi Alonso já não mostra o sorriso de sempre, o clima em Valdebebas ficou mais pesado. Nos corredores, funcionários dizem baixinho que o técnico aparece calado, cara fechada, sem as piadas que antes tornavam o dia-a-dia mais leve.

O grupo também sente esse afastamento. Jogadores contam que Xabi, antes próximo, agora passa instruções frias e curtas, sem espaço para conversa. No Real, a autoridade do treinador costuma vir junto com diálogo; quando essa mistura falta, nasce um vazio entre atletas que, além de craques, têm ego elevado.

Jogadores cobram diálogo e clareza

A situação piorou quando decisões táticas passaram a ser tomadas sem explicação. Jogadores famosos, acostumados a entender seu papel, sentem-se peças de um jogo cuja lógica não é revelada. Foi assim com Bellingham, escalado no dérbi mesmo sem estar 100 %, e depois deixado no banco contra um adversário teoricamente mais fraco.

Valverde pediu orientação para achar espaço no meio-campo lotado e recebeu respostas vagas. O caso que mais repercutiu envolveu Vinícius no Clássico: o atacante esperava defesa pública após um desentendimento, mas viu silêncio da comissão técnica.

Esses episódios abalaram a confiança na palavra de Xabi. No Real Madrid, ter uma ideia de jogo não basta; é preciso convencer o elenco a comprá-la. Hoje, jogadores afirmam que não entendem a mensagem, e o treinador parece não entender o lado emocional deles. O diálogo está truncado e pode explodir na hora errada.

Xabi queria a mesma liberdade que Guardiola tem no Manchester City, mas encontrou um clube diferente. Aqui, cada gesto é analisado por veteranos vitoriosos e por uma diretoria que equilibra tradição, marketing e resultados. No Bayer Leverkusen, os desafios eram só táticos; em Madri, somam-se vaidade, hierarquia e forte pressão da mídia.

Na Alemanha, Xabi nunca lidou com um grupo recheado de campeões continentais. Lá, uma explicação breve era suficiente; aqui, ele precisa detalhar mais, reforçar a autoestima de jogadores sempre cercados por câmeras. Muitos hoje se sentem pouco ouvidos.

Próximas semanas definirão seu futuro

E o calendário não ajuda: logo após a Data-FIFA, o time visita Elche, Olympiacos, Girona e Bilbao, enfrenta o Celta no Bernabéu e, em seguida, o Manchester City. Uma sequência difícil que testará tanto a tática quanto a capacidade de Xabi Alonso de reconstruir laços internos. Se houver tropeços, a crise vai virar manchete.