Diferenças do VAR no Brasil e no futebol europeu
O futebol europeu consolidou o uso do VAR como uma ferramenta de apoio com alto padrão de tecnologia e diretrizes bem definidas. No Brasil, o sistema também é aplicado em todas as partidas da Série A, porém ainda opera críticas quanto ao excesso de interferências.
Nas principais ligas europeias e na Champions League, o recurso funciona com suporte tecnológico mais avançado. O impedimento semiautomático, já é um elemento consolidado e agiliza revisões. No Brasil, esse mecanismo só será implantado em 2026, o que obriga a análise manual dos lances.
As diretrizes de intervenção também se diferenciam. Na Europa, o VAR só entra em ação diante de erros claros e objetivos, mantendo o árbitro de campo como figura central nas decisões interpretativas. Já no Brasil, há maior recorrência de convocações para revisão, mesmo em lances subjetivos.
Essa diferença de filosofia impacta diretamente na autoridade do árbitro. No cenário europeu, a revisão é vista como complemento pontual, enquanto no Brasileirão o juiz frequentemente é chamado a reavaliar decisões interpretativas, o que transmite sensação de insegurança e reduz sua autonomia.
A pressão dos jogadores influencia no uso do VAR?
O comportamento dos jogadores é um dos fatores que mais evidenciam a diferença entre continentes. Na Europa, atletas tendem a esperar a decisão com maior disciplina, evitando cercos ao árbitro. Esse ambiente reduz a chance de que a análise de um lance seja motivada por reclamações.
No Brasil, a reação é instantânea ao lance, com protestos intensos e tentativa de influenciar a necessidade de revisão, criando um clima que frequentemente leva à checagem, mesmo em lances discutíveis. Essa pressão emocional influencia até o ritmo de jogo.
Na Europa, a revisão é vista como exceção; no Brasil, muitas vezes é encarada como etapa esperada após qualquer lance polêmico. Isso também estimula comportamentos como simulações e dramatizações, já que jogadores entendem que gestos exagerados podem levar a uma reavaliação na cabine.
O futuro do VAR no Brasil pode se aproximar do modelo europeu?
Com a implementação do impedimento semiautomático a partir de 2026, a arbitragem brasileira terá ferramentas mais alinhadas aos padrões internacionais. No entanto, essa modernização só será eficaz se vier acompanhada de mudanças comportamentais e critérios mais claros para intervenção.
A expectativa é que, com maior padronização e diretrizes mais rígidas sobre quando o VAR deve ser acionado, a CBF caminhe para um cenário de maior confiança pública. Para isso, será necessário reduzir a cultura de revisão constante e reforçar a autonomia do árbitro de campo.