O Vasco da Gama entrou em campo na noite desta última quarta-feira, dia 27, para enfrentar a Ponte Preta, em São Januário, em duelo válido pela quarta rodada da Série B. A partida marcou a primeira vitória do cruzmaltino na competição em 2022, mas não foi só isso.

Durante o segundo tempo, após ganhar algumas divididas, o volante Yuri Lara, do Vasco, passou a ser reverenciado pela torcida com latidos de pitbull, o famoso "ruf ruf", em referência ao fato do atleta chegar "mordendo" em todas as bolas.

O problema é que, após uma jogada entre o volante cruzmaltino e o meia Ramon, da Ponte Preta, o técnico Hélio dos Anjos confundiu os latidos vindo da torcida com cantos racistas direcionados para seu atleta e reclamou muito.

O Vasco, nesta quinta-feira (28), emitiu uma nota oficial em que se mostra surpresa e em tom de indignação quanto às acusações do treinador da Ponte Preta e relembrou da luta histórica do clube contra o racismo.

CONFIRA A NOTA

"Fomos surpreendidos na noite da última quarta-feira (27/04) em São Januário com uma absurda acusação de racismo direcionada a torcida do Vasco vinda de alguns profissionais da A. A. Ponte Preta. Algo sem fundamento algum e que se baseou equivocadamente num canto criado pela torcida do Vasco utilizado para homenagear o volante Yuri Lara, algo já feito, por exemplo, por outras torcidas e em outras praças esportivas.

Ao se fazer uma acusação de racismo, crime gravíssimo, além de se ter certeza do que está sendo dito, é imprescindível se conhecer o histórico dessa luta no país. E não há como falar do combate ao racismo no futebol brasileiro sem que o Vasco da Gama seja o principal protagonista.

Nossa luta não começou agora, mas sim em 07 de abril de 1924, quando escrevemos a "Resposta Histórica", o maior símbolo da luta contra o racismo no futebol brasileiro. O Vasco da Gama se orgulha de ser um pioneiro nesta luta e um ativo defensor de seus ideais, que não esmoreceram com o passar dos anos. E o estádio de São Januário sintetiza a maior da luta do Vasco da Gama contra a chaga do racismo. Foi construído pelos vascaínos como resposta às elites da época que resistiam a inclusão de pretos, operários e imigrantes pobres no futebol.

Portanto, como não poderia ser diferente, condenamos a atitude e lamentamos que uma pauta tão séria seja utilizada da forma que foi.

São Januário é a casa do legítimo clube do povo e fazemos questão de que continue sendo assim."