Dunga critica Tite e relembra saída da seleção

Dunga fez duras críticas a Tite em entrevista ao portal UOL, acusando o ex-treinador da Seleção Brasileira de ter feito “campanha” para assumir o cargo em 2016. O ex-volante também falou sobre a sua primeira passagem.  “Em 2010, era para eu ter sequência. Porque perdemos (a Copa do Mundo), como acontece no futebol, em um detalhe, mas o time jogava.” afirmou.

Tite assumiu a seleção após a demissão de Dunga, que caiu depois da eliminação precoce na Copa América Centenário. O Brasil passava por dificuldades nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, e a CBF optou pela troca no comando técnico.

Dunga declarou que enfrentou resistência durante sua passagem pela seleção e que a demissão foi consequência de um “gol roubado” de Ruidíaz, do Peru. “O jogo ficou 10 minutos parado, sem VAR. Então, é muito relativo”, afirmou.

Pressão nos bastidores e campanha contra Dunga

O ex-treinador da seleção afirmou que enfrentou forte oposição dentro e fora de campo. Segundo ele, havia uma campanha para tirá-lo do cargo e favorecer outro nome. “Tinha todo mundo contra e tive esse resultado. Teve treinador que tinha tudo a favor e não ganhou o que eu ganhei”, declarou.

Quando questionado sobre a quem se referia, Dunga mencionou a imprensa e pessoas que desejavam assumir a seleção. “Muitos fazendo campanha… ‘É minha hora, minha oportunidade, eu estudei'”, ironizou.

Ele confirmou que falava de Tite, destacando o apoio que o ex-treinador do Corinthians teve no processo. “Botou a mãe, o pai, o tio, todo mundo a favor. Teve o dobro de tempo em uma sequência”, criticou.

Dunga no período em que foi técnico da Seleção Brasileira. Treinador mostrou chateação pela maneira que foi demitido. Foto: Buda Mendes/Getty Images

Críticas à valorização de técnicos estrangeiros

Dunga também falou sobre a busca por treinadores estrangeiros para comandar clubes e a própria seleção brasileira. O ex-jogador ironizou a preferência por técnicos de fora e defendeu profissionais nacionais. “Hoje em dia, no futebol brasileiro, são dois fatores: primeiro, ‘eu estudei’; segundo, ‘se tiver passaporte europeu, tu é treinador'”.

Ele questionou a efetividade das contratações de técnicos estrangeiros no Brasil. “Por que a gente não faz uma comparação de quantos deram certo?”, argumentou. Com a seleção sem treinador e a CBF avaliando um técnico estrangeiro, as declarações de Dunga ganharam ainda mais repercussão.

.