Um grupo formado por diversos atletas iranianos enviaram uma carta para a FIFA pedindo para que o país seja excluído da Copa do Mundo do Catar. Na carta, o grupo alega que a participação do país no torneiofortalece a opressão e a exclusão das mulheres no ecossistema desportivo.
Onda de protestos começou após morte de mulher no país
Em trecho de carta divulgada, o grupo fez duras críticas ao regime do país e a Federação de Futebol, que não tem cumprido com o prometido de permitir mulheres de assistirem partidas de futebol no país.
“A brutalidade e a beligerância do Irã em relação a seu próprio povo chegou a um ponto de inflexão, exigindo uma desassociação inequívoca e firme do mundo do futebol e do esporte. A abstinência histórica da Fifa em relação aos conflitos políticos tem sido muitas vezes tolerada apenas quando essas situações não se encontram na esfera do futebol”, diz o grupo em trecho da carta.
“A situação das mulheres no Irã é profundamente desagradável no quadro político e socioeconômico mais amplo. Tragicamente, os mesmos males e injustiças são perpetuados dentro da esfera do futebol, significando efetivamente que o futebol, que deveria ser um lugar seguro para todos, não é um espaço seguro para as mulheres ou mesmo para os homens. As mulheres têm sido constantemente negadas a ter acesso a estádios em todo o país e sistematicamente excluídas do ecossistema do futebol no Irã, o que contrasta fortemente com os valores e estatutos da Fifa”, continuou a carta.
O grupo ganhou apoio do maior ídolo do futebol iraniano, e também, o maior nome da esporte do país,Ali Daei. O jogador foi até suas redes sociais para demonstrar sua insatisfação também com a participação do país na Copa do Mundo.
“Minha pátria Irã significa: minha honra, meus pais, minhas filhas e meus compatriotas são meus irmãos e irmãs. Com certeza ficarei com eles para sempre. Em vez de repressão, violência e prisão, estigmatizando o povo iraniano como hipócritas e desordeiros, resolvam seus problemas. Aqueles que respiram a revolução e os ideais dos mártires, sabem que esses ideais não eram e não são pobreza, corrupção, prostituição, peculato, etc. Vamos nos reerguer”, escreveu o ídolo do futebol do país em suas redes sociais.
A onda de protestos no Irã começou após a morte de uma jovem de 22 anos, chamadaMahsa Amini, em setembro deste ano. Ela foi presa, espancada e morta pelos policiais do país por seracusada de violar o código de vestimenta feminina da República Islâmica. O governo nega que ela tenha morrido desta forma e informa que ela morreu por conta dedoença cerebral e, não por conta deespancamento