Suárez relembra a forte pressão no Barcelona
Em Miami, bem longe do Camp Nou, Luis Suárez lembrou sua passagem pelo Barcelona durante uma entrevista exclusiva ao jornal Sport, publicada em 16 de novembro de 2025. Ele falou sobre gols, títulos e, acima de tudo, sobre a forte pressão que recai sobre quem veste a camisa azul-grená.
O atacante uruguaio, hoje no Inter Miami, explicou que o carinho da torcida pode virar cobrança em segundos e usou esse exemplo para alertar os jogadores mais jovens. Suárez fez questão de dizer que não teve apenas “um ano bom”. Entre 2014 e 2020, segundo ele, todas as temporadas foram positivas.
Para o camisa 9, atacantes precisam se reinventar a cada rodada: bastam três jogos sem gol para surgir desconfiança, mesmo quando o currículo é cheio de feitos. Ele comparou essa situação a um espelho: quanto mais alto se chega, maior o risco de queda, exigindo cabeça firme para não ceder às vaias.
O veterano citou conversas constantes com Ronald Araújo, zagueiro e compatriota que hoje lidera a defesa do Barcelona. De acordo com Suárez, o amigo vive a “nota mínima” imaginária dos torcedores, algo como um oito em cada partida, já que o time joga a cada três dias.
Conselhos uruguaios para a nova geração
Para lidar com essa pressão, Suárez contou ter criado um hábito simples: guardar em vídeo suas melhores jogadas. Quando não marca, ele assiste a esses lances para lembrar que o talento continua lá. O mesmo conselho passa a Araújo: “revise suas grandes interceptações, não apenas o erro do último domingo”.

Ronald Araújo causa tensão no Barcelona. Foto: Fran Santiago/Getty Images
A entrevista também abordou sua mudança para a Major League Soccer. Ele disse que, no sul da Flórida, aplausos e críticas são mais suaves, o que permite analisar a carreira com calma e até orientar, à distância, colegas que seguem na Europa. Mesmo assim, Suárez admite sentir falta da energia pré-jogo no Camp Nou, capaz de arrepiar, mas também de derrubar quem não tem preparo mental.
Nos bastidores, relembrou que líderes como Messi e Piqué protegiam os recém-chegados das críticas pesadas. Com a saída desses veteranos, os jovens ficaram mais expostos, o que pode afetar rendimento e até futuras negociações. Por isso, ele defende que o clube forme novos líderes e ofereça apoio psicológico contínuo; contratar jogadores bons não basta sem um ambiente acolhedor.

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Por fim, Luis Suárez destacou o lado positivo da torcida barcelonista: a honestidade sem filtros, que obriga o atleta a manter um nível quase sobre-humano. Segundo ele, quem aceita essa condição transforma cada vaia em combustível para crescer, usando o “esquecimento rápido” dos fãs como motor de longevidade.




