Como foi a saída de Ancelotti do Bayern de Munique?
Carlo Ancelotti voltou a abrir o jogo sobre sua passagem pelo Bayern de Munique. Em sua autobiografia “O Sonho”, lançada em julho, o italiano descreve os bastidores da saída do clube alemão, em setembro de 2017, após derrota por 3 a 0 para o PSG de Neymar.
Segundo o treinador, a demissão foi a mais dura entre as quatro que sofreu em clubes de elite. “Juventus, Chelsea, Real Madrid e Bayern me dispensaram. Esta foi a mais intransigente”, escreveu. Para ele, houve uma condução impessoal e marcada por pressões externas.
Ancelotti destacou que, apesar do domínio na Bundesliga, a diretoria não considerou a conquista como êxito. “Terminamos 15 pontos à frente, mais do que Pep Guardiola em duas temporadas. Mas no Bayern isso era visto como o mínimo”, afirmou.

Ancelotti é agora o atual técnico da Seleção Brasileira. (Photo by Miguel Schincariol/Getty Images)
O técnico apontou o modelo de gestão como fator de desgaste. “Não havia um dono carismático. Existiam acionistas com diferentes visões e antigos jogadores influentes. Era difícil entender quem tinha mais poder”, relatou.
Ele contou também que chegou a receber ordens para impor disciplina rígida ao elenco. No entanto, preferiu expor a situação aos jogadores. “Me deram uma lista de cinco pontos para ler. Eu disse: ‘isso é ordem da diretoria’, e me distanciei”, escreveu.
Derrota para o PSG declarou o fim de Carlo no Bayern
A derrota em Paris foi o estopim para a queda. Na ocasião, Ancelotti optou por uma estratégia ousada, deixando os extremos veteranos no banco e priorizando o jogo central. O resultado, porém, foi desastroso diante da velocidade dos franceses.
O 3 a 0 representou a pior derrota do Bayern na Champions em 21 anos. “No dia seguinte, decidiram que o problema era eu”, recordou. Karl-Heinz Rummenigge justificou à época que o desempenho estava abaixo das expectativas e medidas eram inevitáveis.

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Mesmo com a saída precoce, Ancelotti ressaltou que manteve a independência de suas ideias no clube. Para ele, a experiência no Bayern evidenciou os dilemas de trabalhar em uma instituição com múltiplos centros de poder e pouca paciência com derrotas.