Manchester City foi derrotado no final de semana
O ex-treinador Fabio Capello não poupou críticas a Pep Guardiola ao analisar sua influência no futebol. Em entrevista ao jornal El Mundo, o italiano reconheceu o impacto do espanhol no esporte, mas afirmou que sua abordagem exagerada na posse de bola prejudicou a evolução do jogo.
Capello citou Guardiola ao lado de Johan Cruyff e Arrigo Sacchi como os principais responsáveis por revoluções táticas no futebol. No entanto, relembrou um episódio da época em que o atual técnico do Manchester City jogava pela Roma. “Ele veio me dizer como eu deveria fazer meu trabalho, e eu respondi: ‘Vai correr e depois falamos’”, contou.
O ex-comandante do Milan, Roma e Real Madrid também apontou que Guardiola comprometeu as campanhas de seus times na Champions League ao tentar inovar demais em jogos decisivos.

Guardiola, técnico do Manchester City (Photo by Michael Regan/Getty Images)
“A Champions que ele ganhou com o City foi a única em que não tentou nada estranho. Nos outros anos, ele sempre quis ser o protagonista, mudando coisas para provar que ganhava por ele, e não pelos jogadores. Essa arrogância custou várias Champions a ele”.
Além das críticas individuais, Capello destacou o impacto negativo da filosofia de Guardiola no futebol europeu, especialmente na Itália. “Passamos dez anos tentando copiá-lo, e isso destruiu nosso futebol. Criou-se a ideia absurda de que jogar bem era só tocar a bola sem parar. Agora, até os goleiros precisam sair jogando. Um desastre e, pior, um tédio! Espantaram muita gente do futebol”.
Mais críticas ao Guardiola
O italiano argumenta que a posse de bola excessiva se tornou prejudicial, tornando o jogo previsível e menos intenso. Para ele, o modelo defensivo e objetivo do futebol italiano foi diluído em tentativas frustradas de reproduzir o estilo do Barcelona de Guardiola.
Por outro lado, Capello acredita que o futebol está passando por uma mudança positiva, se afastando desse modelo. “Felizmente, o jogo está mudando. A Espanha mostrou isso na última Eurocopa, vencendo com pontas rápidos e jogando de forma mais direta. O futebol precisa ser dinâmico, intenso”.