Ressurgimento de Lucas Hernández acende disputa no PSG
Lucas Hernández vive um renascimento discreto, porém empolgante, no Paris Saint-Germain. Depois de três cirurgias no joelho que ameaçaram encurtar sua trajetória, o zagueiro–lateral de 29 anos voltou a exibir a densidade física e a agressividade que o levaram ao topo na Copa do Mundo de 2018.
Ainda assim, ele mesmo reconhece que a concorrência pela faixa esquerda do time de Luis Enrique é das mais duras. Não por acaso, o francês não economiza elogios ao titular da posição: “Nuno Mendes é simplesmente o melhor lateral-esquerdo do mundo”.
O histórico recente ajuda a explicar o peso dessa declaração. Em abril, Hernández fez contra o Barcelona, em Montjuïc, a sua primeira aparição decisiva da temporada: entrou no segundo tempo, correu como se não tivesse passado por sala de cirurgia alguma e empurrou o PSG a uma remontada que, embora insuficiente para evitar a derrota (1-2), deu novo fôlego ao elenco.
Dias depois, foi titular no empate diante do Lille, partida marcada sobretudo pelo volume físico que o defensor apresentou. Daí o tom quase reverente adotado quando questionado sobre a possibilidade de tomar a vaga de Mendes. “É o melhor lateral do mundo, mas eu já estive nesta situação antes”, afirmou, numa entrevista concedida ao canal Média Carré.
Hernández aprende com Davies e se supera em Paris
O exemplo citado por ele mesmo reforça a ideia. “No Bayern eu tinha o Alphonso Davies na fase mais incendiária da carreira; o cara acelerava como se estivesse numa Vespa, a 2 000 quilômetros por hora. Era, sem discussão, o número 1 do planeta”. A menção ao canadense não é gratuita: Davies, famoso pela velocidade e potência, obrigou Hernandez a disputar cada minuto com intensidade máxima.

França e Paris celebram retorno sólido de Hernandez, que se prepara para disputar a titularidade com classe e paciência. (Photo by David Ramos/Getty Images)
A lição vale agora em Paris. “Mesmo que Nuno seja o titular absoluto, ele sabe que eu estou aqui. Se precisar de mim, estou pronto. E podemos perfeitamente atuar juntos”, acrescentou, já abrindo a porta para formações híbridas em que um dos dois apareça por dentro. Luis Enrique, adepto convicto de ajustes em pleno jogo, tem explorado justamente essa flexibilidade.
Essa leitura se reflete nas escalações: em dez jogos oficiais do PSG até o último fim de semana, Lucas foi relacionado em todos e atuou em cinco, somando 334 minutos. Não parece muito, mas representa um salto considerável para quem passou longos períodos na enfermaria.

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Retorno de Hernández à França reforça confiança
O retorno à seleção francesa coroa essa curva ascendente. Didier Deschamps convocou o camisa 21 pela terceira vez consecutiva, o que confirma a ideia de que ele voltou a ser confiável em alto nível. Contra o Azerbaijão, nesta sexta-feira, a expectativa é de alguns minutos já no segundo tempo; frente à Islândia, na segunda, a tendência é que agarre de novo uma vaga de titular.