Real Madrid adota cautela com Arda Güler
O clima dentro do Real Madrid é de prudência quando o assunto é Arda Güler. Após alguns treinos animadores em Valdebebas, o meio-campista turco fez muita gente acreditar que já poderia brilhar em partidas decisivas. Porém, membros importantes da comissão técnica, entre eles Xabi Alonso, pensam que o jovem ainda não está pronto para liderar o time nos momentos de maior pressão.
O duelo em Anfield, palco de rivalidade histórica entre ingleses e espanhóis, escancarou as limitações do camisa 24. Nos primeiros minutos, ele até recebeu a bola com certa liberdade; bastou o Liverpool apertar a marcação para ele sumir. A intensidade criada por Arne Slot, com transições rápidas e contato físico constante, fez Arda ter de pensar e agir muito depressa.
Gente de dentro do clube chamou o desempenho de “banho de realidade” – necessário para moldar um talento promissor em um ambiente tão exigente. Em público, Xabi Alonso afirmou que Arda “tem muito a oferecer, mas precisa saber quando acelerar e quando segurar”. Nos bastidores, o tom é mais direto: o turco ainda carece de força física e leitura tática para suportar 90 minutos intensos diante de rivais de elite.
Comparações com Kroos e Modrić expõem imaturidade de Güler
As comparações com Toni Kroos e Luka Modrić aparecem naturalmente. Numa fase parecida da carreira, esses dois já controlavam o ritmo mesmo sob forte pressão. Arda, ao contrário, mostra lampejos de genialidade em espaços curtos, mas se complica quando o adversário fecha as linhas.
Um auxiliar resumiu bem: “Modrić sofre pressão e encontra o passe que desmonta a armadilha; Arda ainda tenta se livrar da bola antes de ser desarmado”. Contra o Liverpool, Camavinga precisou fazer cobertura dupla, saindo de sua posição habitual e bagunçando o desenho tático da equipe.

O jovem meia turco mostrou talento, mas também limitações diante da pressão e da intensidade do Liverpool. (Foto: Carl Recine/Getty Images)
O lado psicológico também pesa. Arda sente a responsabilidade de vestir a camisa do Real quando encara torcidas hostis. Em Anfield, os gritos da famosa Kop abafaram suas tentativas de se infiltrar entre as linhas rivais. O desgaste físico somado ao abalo emocional levou à sua saída logo no início do segundo tempo.
Apesar do tropeço, o clube não vai tirar conclusões precipitadas. A diretoria, que pagou alto para contratá-lo, estabeleceu um plano de adaptação gradual. Ele ganhará minutos controlados em jogos da liga espanhola antes de voltar a compromissos europeus decisivos.

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Arda Güler transforma frustração em aprendizado e foco
Arda, por sua vez, sabe que os holofotes continuarão sobre ele. Pessoas próximas dizem que o turco aceitou bem a autocrítica após Anfield e quer transformar a frustração em motivação. O gesto de ficar no banco assistindo ao jogo até o fim, em vez de ir direto ao vestiário, foi visto pelos colegas como sinal de humildade e desejo de aprender.




