O clima perto do estádio Santiago Bernabéu ficou ainda mais pesado mesmo após a vitória sem brilho por 3 a 2 sobre o Talavera de la Reina, pela Copa do Rei. O placar tranquilo no papel deixou clara, de novo, a insegurança que ronda o Real Madrid nas últimas semanas.
Sob pressão, o técnico Xabi Alonso apostou tudo em Kylian Mbappé — mesmo sem o atacante estar 100% — e reacendeu a discussão sobre a “Mbappé-dependência” dentro do time.
Um retrospecto que preocupa
Desde a derrota para o Manchester City em 10 de dezembro, quando Mbappé nem saiu do banco por dores no joelho, o rendimento coletivo caiu muito. Contra o Alavés, fora de casa, Xabi salvou o emprego graças ao craque francês, que foi titular e decisivo.
Já contra o Talavera, veio o ponto de virada: em vez de poupar o astro diante de um adversário da terceira divisão, o treinador escalou Mbappé desde o início, mesmo sem ele ter treinado na véspera e ainda com incômodo no joelho.
A corrida pelo recorde de Cristiano Ronaldo
Nos bastidores, de acordo com o jornal Sport, comenta-se que o técnico atendeu ao desejo do camisa 7 de se aproximar do recorde de 59 gols de Cristiano em um único ano. Mbappé começou o jogo a três gols da marca e terminou a apenas um.
Ele marcou aos 7 minutos, participou do segundo gol antes do intervalo e fez o terceiro na etapa final, chegando a 58 gols em 2025. “O terceiro gol era essencial, por isso deixei Mbappé em campo”, explicou Xabi, fugindo das perguntas sobre o risco físico.

O dilema de Xabi Alonso: Mbappé no limite e o Real Madrid em xeque. (Foto: Florencia Tan Jun/Getty Images)
Florentino perde a paciência
Pessoas ligadas à diretoria dizem que o presidente Florentino Pérez está preocupado: desempenho abaixo do esperado, dependência excessiva de um jogador e sinais de desgaste físico no elenco. Conhecido por decisões duras, ele teria cobrado o técnico após o jogo, exigindo mudanças rápidas antes do confronto de sábado contra o Sevilla.

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E o resto do time do Real Madrid?
O problema vai além da condição de Mbappé. Jude Bellingham vive fase instável; Vinícius Júnior alterna bons lances e partidas ruins; a defesa comete erros de posicionamento incomuns para um clube desse tamanho. A torcida, acostumada a um futebol dominante, passou boa parte do segundo tempo no estádio El Prado vaiando sempre que o Real recuava a bola.
Próximos passos do Real Madrid
Com o Sevilla pela frente e as oitavas de final da Champions se aproximando, Xabi Alonso precisa equilibrar a proteção ao seu principal jogador e a recuperação do time. Se continuar forçando Mbappé, pode perdê-lo na fase decisiva da temporada — e, de quebra, perder o próprio cargo.




