Para quem gosta de finais felizes e contos de fadas, e mira isso na vida do futebol, esta não é uma matéria para você ler. Pelo menos, é o que se pode dizer com o que o meia Gustavo Scarpa, do Palmeiras, conta sobre sua experiência na profissional.
Em entrevista ao portal GE, Gustavo Scarpa revela como sua visão sobre o esporte mudou da sua infância para a fase adulta. Ele explica o motivo por trás desta mudança e conta que, para ele, apesar do prazer, o futebol se tornou “apenas” sua profissão.
“Quando eu era criança, eu via o futebol como um negócio dos sonhos, um conto de fadas em que tudo é top, o estádio está cheio, você vai fazer gol. E aí você começa, 13, 14, 15 anos, a entrar nessa rotina de treino, começa a ir pro sub-20, às vezes pro profissional, e você vê: ‘Opa, mano, não é esse conto de fadas que eu pensava’. Não na questão de falhar, de não ter o sucesso sempre”, começou Scarpa.
“Mas você começa a ver coisas no futebol, coisas que acontecem em empresas, problemas, injustiças. Você vê gente passando uma imagem completamente diferente do que a pessoa realmente é. Você conhece a pessoa no dia a dia e você sabe que as coisas não são assim. Fui perdendo um pouco o encanto com o futebol.”
“Não na questão de jogar, de ser profissional, de ter metas, mas de ver o futebol como essa coisa de ‘ai, que legal, é o mundo dos sonhos’. Eu sei que não é bem assim. Mas isso de forma alguma tira a minha vontade de realizar sonhos. E na questão do jogo em si, o futebol, o jogo é top. Mas acho que o dia a dia, a rotina, me fez perder um pouquinho o encanto. E a pressão popular, talvez. Isso acabou me afastando um pouco do futebol nesse sentido. Mas não na vontade que eu tenho de viver o jogo ainda, sabe?”, finalizou.