Uma das atuais febres no futebol brasileiro é a do técnico estrangeiro. Primeiro, os sul-americanos, principalmente os argentinos. Mas, após o grande sucesso de Jorge Jesus no Flamengo, os europeus passaram a ser os alvos.
Principais os portugueses, por conta da facilidade com a língua. Mas há quem não curta a filosofia cultural que vem se tornando tendência na Europa e mexendo até mesmo com a cabeça dos treinadores brasileiros.
Um deles é Zico. Em entrevista ao jornal “O Globo“, o ídolo do Flamengo falou sobre e explicou o porquê de não ser fã da forma como os treinadores europeus lidam com seus respectivos elencos na atualidade.
“Essa cultura não é do português, é do futebol europeu, acham que o jogador tem que saber jogar em tudo que é faixa de campo. E não é assim. O Neymar não é dos melhores do mundo? O técnico do Barcelona botou ele na direita e foi o pior momento dele. Igual na seleção. Bruno Henrique passou o ano inteiro como melhor na esquerda. Tite convoca e ele joga na direita”, disse Zico.
“O conceito europeu tem que ser de decisão. Não só de posicionar. De não deixar o adversário respirar, drible, intensidade. Contra o City, Vinicius Junior começou a ir pra cima, é outro cara. Vai botar o Marinho para marcar lateral? Tem que ver o estilo do cara e onde rende bem. Não é igual ver um peladeiro e querer aperfeiçoar as suas deficiências. Tem que aprimorar o que tem de bom. Deficiência deixa de lado. Tem que explorar o que tem de melhor”, completou.