Ancelotti vai ficar na Seleção após a Copa de 2026?
Carlo Ancelotti não é de se esconder em seus discursos. Em entrevista ao jornal francês L’Equipe, o técnico da Seleção Brasileira foi direto ao tratar da expectativa pelo hexacampeonato. Para ele, ganhar a Copa do Mundo não é obrigação de ninguém, mas sim o dever de tentar.
A declaração vai na contramão do senso comum que envolve a seleção. Acostumado a pressões gigantes no Real Madrid, o italiano relativizou a cobrança, lembrando que até mesmo os melhores sucumbem a imprevistos. “Ninguém tem obrigação de vencer”, disparou o treinador.
Ainda assim, Ancelotti reconheceu o carinho imediato que recebeu dos brasileiros. Entre risadas, admitiu que também espera a conquista, embora sem assumir o discurso de imposição. A leveza com que trata o tema não diminui sua ambição, mas dá a tônica de seu estilo pragmático.

Ancelotti, técnico da Seleção Brasileira. (Photo by Miguel Schincariol/Getty Images)
Esse pragmatismo se reflete na aposta em uma defesa eficiente. Em seus primeiros quatro jogos no comando, o Brasil sofreu apenas um gol. Para o técnico, o próximo campeão mundial será quem melhor defender, não necessariamente quem tiver o ataque mais exuberante.
Ancelotti já mapeou alternativas confiáveis no setor. Citou nomes como Marquinhos, Militão, Bremer, Gabriel Magalhães e até opções do futebol brasileiro, como Léo Pereira e Fabrício Bruno. Para ele, a profundidade da zaga é um dos pontos fortes da equipe.
Críticas a Fifa, Uefa e as ligas nacionais
A entrevista, porém, não ficou restrita à seleção. O treinador fez duras críticas ao calendário global. Apontou que Fifa, Uefa e ligas nacionais priorizam lucros, sobrecarregando atletas com competições cada vez mais longas e viagens extenuantes.

Veja também
Ancelotti sobre Neymar na Seleção: “Só convoco se estiver 100% fisicamente”
Segundo Ancelotti, o futebol de seleções perdeu relevância frente aos clubes, exceto na Copa do Mundo, que segue como espetáculo global. O Mundial de Clubes, em sua visão, pode até ser atraente, mas foi mal posicionado em meio à maratona.