Tino Marcos foi um dos repórteres que mais tempo cobriu o dia a dia da Seleção Brasileira. Viu de perto dos craques, os preparativos para o penta, em 2002, mas também os fracassos que o Brasil passou ao longo deste periodo. 

Em entrevista ao Flow Sport Club, o jornalista, que deixou a Globo após 35 anos, comentou os bastidores da Seleção. E destacou os problemas da "Era Dunga", que comandou a Seleção entre 2006 e 2010 e depois entre 2015 e 2016.

"O Dunga foi o pior pesadelo, digamos assim, desses anos todos de quem cobre a Seleção. Chegou num ponto em que a gente viajava no mesmo avião da Seleção, na parte de trás, e antes os jogadores cumprimentavam e conversavam com a gente, mas eles passaram a abaixar a cabeça e sentar para que Dunga não os vissem trocando ideia com a imprensa. Até o assessor falava que tinha que sair dali para Dunga não o ver falando com os jornalistas. Chegou nesse nível. Era um negócio além da conta", relatou o jornalista. 

De acordo com o jornalista, o clima com o treinador foi piorando ao longo dos anos

"Acho que em termos de bola a primeira passagem do Dunga foi ok, ganhou a Copa América, a Copa das Confederações e foi eliminado para a Holanda na Copa. Agora,.o ambiente era muito pesado. Eu vi jogadores e pessoas da comissão técnica falarem: 'se ganhar, beleza. Vou ganhar o meu bicho, entrar para a história. Eu quero ganhar, mas quero ir embora disso aqui porque não aguento mais. O ambiente é horroroso, pesado'. Então, foi uma época triste para a Seleção", comentou. 

Tino diz que cobrir Seleção é "chato"

Na mesma entrevista ao Flow Sport Club, Tino Marcos disse que cobrir a Seleção, atualmente, é chato. "Está muito chato cobrir a Seleção, porque você vê basicamente roda de bobinho, brincadeira e aquecimento. Depois disso você vai embora. Hoje é aquela coisa mais pasteurizada. Aí comecei a achar muito chato", contou o jornalista.