O líder dos Mambas, Chiquinho Conde, declarou em entrevista à Agência Lusa que a seleção de Moçambique acredita no “sonho” da ida ao Mundial de 2026.

“O desejo é a alma do sucesso”

Moçambique, com 3 vitórias em 4 jogos, lidera, com a Argélia, o Grupo G de classificação para o Mundial dos Estados Unidos, Canadá e México. No final das contas, o 1º classificado terá acesso direto à fase final da competição, e o 2º a um possível play-off.

Perante os resultados, Chiquinho Conde é peremptório:

“Os resultados estão aí à vista, dão azo a que possamos sonhar. O desejo é sempre a alma do sucesso: quando se quer algo grandioso e nos empenhamos verdadeiramente nisso, começamos a acreditar que tudo é possível”, disse, reconhecendo também as dificuldades ainda por atravessar.

“Existem outras fortes candidatas, como a Argélia, como a própria Guiné Conacri, que são seleções com maturidade superior à nossa. Mas nós temos que demonstrar todo a nossa força, toda a nossa vontade em campo, e temos visto que é possível chegar até lá”.

Existe mesmo uma crença generalizada no objetivo, de equipa técnica a jogadores, e um espírito comum que ajuda aos bons resultados.

“O grupo acredita. Este grupo tornou-se muito forte, muito coeso, identificaram-se fundamentalmente com as nossas ideias, o nosso modelo. Estamos a jogar como uma verdadeira equipa (…) tirando de lado todos os nossos egos, todos os nossos interesses individuais, em prol de um coletivo da instituição”.

Evolução constante

Analisando as prestações da seleção moçambicana a largo período, Chiquinho fez um paralelo entre passado e futuro, não esquecendo a importância do presente.

“Hoje, estamos na lista das 100 melhores seleções do mundo, o que é fantástico. Já estivemos na 66ª posição, há algum tempo, quando eu ainda jogava. A perspetiva é mesmo esta: acreditar sempre no processo, respeitar todas as nossas diretrizes, criar modelos de modo a que os jogadores também se sintam mais confortáveis e melhorar aquilo que esteve menos bem”.

No comando técnico da equipa moçambicana desde 2021, Chiquinho Conde tem alcançado prestações muito positivas, regressando com os Mambas à Fase Final da CAN de 2023, feito há 13 anos perseguido sem sucesso pelos responsáveis.

Com contrato até 2026, o ex-jogador afirma que aquilo que sempre faltou a Moçambique foi estrutura, nunca talento.

“Nós pertencemos a um país de jogadores de futebol. Não só, desportistas no geral. Num passado longínquo tivemos os Eusébios, Matateus, Colunas. Todos os dias nascem no nosso país esses mesmos jogadores. Chiquinhos Condes, então, aparecem em catadupa. É preciso não perdermos esse fogo e resgatarmos isso”, defendeu.

Geny Catamo, em destaque no Sporting de Ruben Amorim, é um desses jogadores. “Melhorarmos as nossas infraestruturas, trabalhando na formação, é o objetivo: para que, de facto, possamos dar espaço e visibilidade a esses mesmos jovens em ascensão”, concluiu.