Adeptos do Milan contra dirigentes

O Milan está um autêntico alvoroço e os seus adeptos não perdoam a má época do clube. Cenas incríveis viveram-se antes do jogo em San Siro, entre os rossoneri e o Monza, partida que encerrou a época da equipa na Serie A, numa ação dos adeptos.

Milhares de tiffosi, segundo a polícia milanesa cerca de cinco mil, juntaram-se frente à Casa Milan, a sede do emblema transalpino, para protestarem em plenos pulmões contra a situação do clube. A Direção foi o principal alvo da ira dos aficionados, que gritaram várias palavras de ordem.

Entre cânticos e vários insultos aos membros dirigentes do Milan, os adeptos, na sua maioria integrantes da claque organizada Curva Sud, exigiram diversas mudanças e saídas, incluindo a de Zlatan Ibrahimovic. “Singer, Cardinale, Furlani, Scaroni, Ibra, Moncada: vão embora”, lia-se numa tarja.

Apelos ao regresso de Paolo Maldini

Entre as exigências esteve o pedido para que os proprietários do Milan vendam o clube, para ser gerido “por adeptos do Milan”. A ideia é mesmo uma espécie de revolução e reconstrução, de forma a recuperar o clube e regresse aos melhores momentos e conquistas.

Neste contexto, os presentes gritaram por diversas vezes o nome de uma das lendas do clube, talvez a maior de todas: Paolo Maldini. O antigo defesa rossoneri assumiu o cargo de diretor técnico dos transalpinos entre 2019 e 2023, tendo ajudado a equipa a conquistar o seu último Scudetto, em 2021/22,

Sérgio Conceição não conseguiu inverter a sorte do Milan. Foto: Simone Arveda/Getty Images

Uma época para esquecer

A verdade é que, desde a última Serie A conquistada, o Milan tem caído a pique. Curiosamente, essa queda acentuou-se após o adeus de Maldini ao cargo dirigente. Paolo foi demitido em 2023 pelo dono do clube, Gerry Cardinale, devido a divergências quanto à política de contratações.

Na temporada a seguir ao último Scudetto, já com guerras internas, a equipa terminou no quarto lugar, conseguindo a segunda posição em 2023/24. O problema veio a seguir. Em 2024/25 a equipa terminou ligeiramente acima de meio da tabela, falhando, inclusivamente, a qualificação para as provas europeias.

Esta última temporada começou com o treinador português Paulo Fonseca no comando. A equipa acumulou maus resultados e ´técnico foi demitindo, chegando para o seu lugar outro português, Sérgio Conceição, que conseguiu, ainda assim, vencer a Supertaça de Itália.