Presidente da FIFA agradeceu
forte apoio da família Trump
Gianni Infantino anunciou, esta terça-feira, que a FIFA vai abrir um escritório na Trump Tower, um luxuoso arranha-céus de 202 metros de altura e 58 andares que pertence a Donald Trump, presidente dos Estados Unidos da América, situado em Manhattan, Nova Iorque.
“A FIFA é uma organização global e, para ser realmente global, precisa de estar presente localmente, em todo o mundo. Por isso, precisamos de estar em Nova Iorque, não apenas para o Mundial de Clubes deste ano como também para o Campeonato do Mundo que se segue e estabelecer uma presença permanente aqui”, justificou Gianni Infantino, em comunicado oficial.
“Recebemos um apoio tremendo do governo e do presidente e contamos com o apoio excecional das autoridades locais de Nova Iorque, Nova Jérsia e todas as cidades-sede, contribuindo para o sucesso extraordinário do Mundial de Clubes até agora”, declarou Gianni Infantino, completamente alheio a todas as críticas de que tem sido alvo.
Gianni Infantino revela paixão
de Donald Trump pelo futebol
Segundo Gianni Infantino, Donald Trump é “um grande fã de futebol” e com muitos elogios pelo meio, o presidente da FIFA fez questão de agradecer “a toda a família”, destacando Eric Trump, filho de Donald Trump, que exerce o cargo de vice-presidente executivo da holding Trump Organization, o conglomerado de todas as empresas do grupo.
A FIFA anunciou que o troféu do Campeonato do Mundo de Clubes estará em exposição na Trump Tower, de terça-feira e sábado, véspera da final, marcada para o MetLife Stadium, em East Rutherford, Nova Jérsia, recinto desportivo que fica situado a apenas 14,4 quilómetros do edifício-sede da família Trump.
Infantino tem sido criticado ao longo de todo o mandato
Gianni Infantino, filho de pais italianos, nascido em Briga, na Suíça, lidera a FIFA desde 2016 e, ao longo dos anos, as críticas têm sido muitas e provenientes dos mais diversos quadrantes, especialmente no universo do futebol, mas também a nível social e político.
Este ano Gianni Infantino, cujo mandato expira em 2027, tem estado debaixo de fogo devido ao Mundial de Clubes, com Javier Tebas, presidente da La Liga em destaque, mas também o Sindicato Francês de Futebolistas Profissionais (UNFP) a declarar que a expansão do Mundial de Clubes é um “massacre” pelo aumento do número de partidas, que “ignora a saúde física e mental dos jogadores em prol do lucro.”
Gianni Infantino foi também criticado por diversas organizações humanitárias e figuras públicas por ignorar as acusações de maus-tratos e escravidão no Catar, aquando da construção de estádios e infraestruturas no Mundial 2022, tendo então descartado responsabilidades: “A FIFA não é a polícia do mundo, nem é responsável por tudo o que acontece pelo mundo.”
Segundo o jornal inglês The Guardian, 6.500 trabalhadores migrantes morreram nas obras, tendo por causa direta as más condições no trabalho, nomeadamente jornadas exaustivas sob temperaturas acima dos 50 °C.
Infantino, conhecido pela amizade pessoal com Vladimir Putin e pela selfie junto ao caixão de Pelé, foi igualmente criticado pela ausência de indemnizações às famílias dos trabalhadores falecidos devido a trabalhos forçados, isto apesar de a FIFA ter lucrado sete mil milhões de euros. Para o dirigente, o Mundial do Catar foi “um sucesso incrível em todas as frentes.”