Moçambique tenta aproveitar novo formato

A expansão do Mundial de 32 para 48 seleções dividiu as opiniões dos fãs de futebol. Mas enquanto muitos criticam a perda de competitividade e o excesso de jogos, a verdade é que o novo formato tem criado oportunidades para muitas seleções, que agora sonham com a estreia. Afinal, não é essa a verdadeira magia do torneio?

Uma das seleções que mais alimenta o sonho do Mundial é Moçambique. Os mambas, que ficaram perto da qualificação para a África do Sul 2010, dispõem agora de uma nova oportunidade. Sob o comando de Chiquinho Conde, a equipa está no 2.º lugar do Grupo G das eliminatórias da CAF, empatada com a líder Argélia na luta pela vaga direta.

Apesar da crise política interna e dareprovação do Estádio do Zimpeto em Maputo, obrigando a seleção nacional a atuar no Egito, Moçambique só perdeu contra os argelinos em quatro jogos. Agora, os desafios contra Uganda (20 de março) e Argélia (25 de março) podem ser decisivos para manter o sonho vivo.

África, terra dos sonhos

África é a maior beneficiada do novo modelo do Mundial, podendo duplicar os seus representantes no México, Canadá e Estados Unidos. Então, ainda melhor que Moçambique está o Sudão, líder isolado do Grupo B, apesar da guerra civil que obriga a equipa a treinar no exterior.

Outras surpresas incluem as Ilhas Comores, líderes do Grupo I, que podem bater o recorde da nação menos populosa a disputar um Mundial. Mas quem mais tem desafiado as expetativas é o Ruanda, 124.º classificado do ranking da FIFA, que lidera o Grupo C. Países como Benim, Líbia, Gabão e Guiné Equatorial também continuam na luta por uma qualificação surpreendente.

Sonhadores pelo Mundo

Na Ásia, o principal candidato à estreia no Mundial é o Usbequistão, que aposta na ascensão de Abdukodir Khusanov, reforço do Manchester City este inverno, para conservar o 2.º lugar do Grupo A e assim, garantir o apuramento direto. Também seguem esperançosos Jordânia, Omã, Bahrain e Indonésia.

Khusanov, defesa do Manchester City, carrega o sonho do Usbequistão. Foto: Getty Images

Na Oceânia, mesmo com a Nova Zelândia como favorita para um regresso ao maior palco internacional, as seleções da Nova Caledónia, Polinésia Francesa e Fiji disputam uma vaga no play-off intercontinental, que representa um território desconhecido para elas.

Até na América do Sul, onde costuma haver muita experiência e poucas novidades, a Venezuela nunca disputou um Mundial mas está na luta do play-off. Já na América do Norte, a qualificação está numa fase inicial, mas com espaço para muitas surpresas mais à frente, dada a ausência dos anfitriões. Por fim, esta janela de março dá o pontapé de saída no apuramento da Europa.