Festa de aniversário de Lamine Yamal continua a levantar polémica
A questão em torno da contratação de pessoas com nanismo para a polémica festa de 18 anos de Lamine Yamal, craque do Barcelona, e que gerou uma queixa da Associação de Pessoas com Acondroplasia e Outras Displasias Esqueléticas (ADEE), teve direito a um comentário por parte de José Manuel Rodríguez Uribes, presidente do Conselho Superior de Desporto.
“A mensagem que os desportistas projetam deve ser sempre positiva, repetimo-lo constantemente. O desporto está ligado aos valores e ao respeito. Penso que devemos continuar a trabalhar nesse sentido”, começou assim por referir.
Uribes reforçou igualmente que “o Governo esteve atento à proteção dos coletivos com especial vulnerabilidade. A mensagem que o desportista deve projetar deve ser positiva”, disse. Contudo, chamou apelou à moderação: “Seguiremos a trabalhar, mas sem dramatizar em excesso nem estigmatizar ninguém. Também não ao jogador. Pensamos que o Lamine é um jovem, portanto, temos que fazer um esforço educativo e formativo“, salientou.
Qual é mesmo a atual posição do governo espanhol?
No mesmo evento, o responsável Rafael Louzán demonstrou cautela, afirmando não ter informação suficiente para comentar. No entanto, expressou respeito por Yamal, salientando a importância do jovem extremo para o Barcelona e para a seleção espanhola.
Portanto, neste caso, o Governo espanhol tomou uma posição oficial solicitando investigação legal e afirmou que os atletas devem transmitir mensagens construtivas. Todavia, apelou também à moderação para não estigmatizar ninguém publicamente. Por fim, querem alterações legislativas para reforçar a proteção legal relativa à dignidade das pessoas com deficiência.

Yamal com a camisola da seleção de Espanha. Foto: Alexander Hassenstein/Getty Images.
O que terá dito uma das pessoas com nanismo e que esteve presente no evento?
Recordamos que, após a polémica gerada pela festa de aniversário de Lamine Yamal, onde participaram pessoas com nanismo como parte da animação, um dos profissionais envolvidos veio a público defender o seu trabalho. “Deixem-nos trabalhar em paz. Somos pessoas normais que fazem o que querem fazer de uma forma absolutamente legal“, começou assim por referir, em declarações à radio catalã RAC1.
A pessoa visada reforça que não houve qualquer tipo de humilhação: “”Em nenhum momento humilharam as pessoas com nanismo. Não percebo por que é que há tanto alarido por causa disto”, disse. Segundo ele, tratou-se apenas de um evento festivo, como tantos outros: “Estávamos na festa para distribuir bebidas, dançar, fazer magia e interagir com os convidados. Toda a gente se divertiu muito. Portanto, não fomos humilhados, foi trabalho digno”, afirmou.

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Mais do que um apelo à compreensão, estas declarações são um grito de autonomia: “Já chega. Há alguns anos que estas pessoas nos prejudicam. Querem proibir um trabalho de que gostamos e, em nenhum caso, ofereceram trabalho ou cursos“, revelou. A crítica é direcionada à própria associação que, segundo o profissional, não representa os interesses reais de quem trabalha nesse meio.