FFF quer reformar o futebol em França
A Federação Francesa de Futebol (FFF) apresentou esta segunda-feira (12) um plano ambicioso para alterar profundamente a estrutura do futebol em França. Uma das principais propostas passa pela extinção da Ligue 1 e sua substituição por uma empresa na qual os clubes seriam acionistas, entre outras medidas de resposta à crise interna do futebol gaulês.

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Segundo o presidente da FFF, Philippe Diallo, a intenção é criar um modelo mais “moderno“, que aproxime o futebol francês do inglês, utilizando mesmo a expressão “Premier League à francesa”. A proposta foi apresentada numa conferência de imprensa que contou também com a presença da Ministra do Desporto, Maria Barsacq.
Ligue 1 em crise profunda
“A crise atual é grave e estrutural“. Foi assim que Philippe Diallo deu o pontapé de saída na reforma do futebol francês. De facto, a própria Ligue 1 enfrenta dificuldades financeiras. A falência da Mediapro quebrou os contratos de direitos televisivos, enquanto a mais recente tentativa de renegociar um novo contrato de media fracassou, aumentando a incerteza para os clubes.
Paralelamente, a desigualdade económica entre os clubes acentuou-se. Enquanto o PSG se torna hegemónico, vários emblemas lutam para manter as contas em ordem e evitar a descida administrativa. Esta situação causa assim uma perda de competitividade face às principais ligas europeias que afasta jogadores, patrocinadores e adeptos.
Plano de reforma conta com apoio político
Perante o cenário de crise, o plano da FFF para reformar o futebol em França foca-se em três eixos principais: novo modelo de governança, redistribuição de receitas e maior controlo estatal através da FFF.
Então, a Liga Francesa (LFP) seria extinta, dando lugar a uma empresa com participação da FFF e dos clubes. De modo semelhante, as funções disciplinares e reguladoras passariam para a FFF e seria criado um Conselho de Supervisão com representantes de jogadores, treinadores e árbitros. Por fim, pretende-se implementar um novo fair-play financeiro para reduzir as desigualdades entre os clubes.

PSG tem dominado a Ligue 1. Foto: Getty Images
Por outro lado, a redistribuição das receitas televisivas é igualmente necessária para garantir a sustentabilidade económica dos clubes. Então, o plano prevê a criação de um canal próprio de televisão e mudanças nos modelos de comunicação e financiamento, para reforçar a atratividade do futebol francês.
Se aprovado, o plano da FFF entra em vigor em 2026/27. Os senadores Laurent Lafon e Michel Savin já o elogiaram, destacando o seu alinhamento com uma proposta legislativa que será debatida no Senado francês a 10 de junho. Assim, os dois políticos consideram-no uma “revolução” e querem integrar as suas medidas na nova legislação.