Sindicato de jogadores ataca Mundial de Clubes
O Mundial de Clubes chegou ao fim. Apesar de ter proporcionado jogos de qualidade, o novo formato da competição esteve rodeado de polémicas. Desde o início, o calendário apertado foi alvo de críticas, assim como a capacidade dos Estados Unidos da América em acolher um evento futebolístico desta dimensão, com dúvidas sobre a logística e as condições climatéricas.

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Entre as vozes mais críticas esteve a FIFPro, o sindicato internacional dos jogadores profissionais. Após a final do torneio, que viu o Chelsea vencer o PSG e conquistar o troféu, o organismo voltou à carga com duras palavras dirigidas à FIFA e ao seu presidente, Gianni Infantino, acusando-os de negligenciar o bem-estar dos atletas.
“Infantino comporta-se como um homem que se julga Deus”
Em declarações contundentes, o presidente da FIFPro, Sergio Marchi, afirmou: “Infantino comporta-se como um homem que se julga Deus. E esta competição esconde uma rutura perigosa com a realidade quotidiana dos futebolistas de todo o mundo. Jogou-se com temperaturas inaceitáveis, colocando em risco a saúde dos jogadores. É grave e esta situação não se pode repetir no Campeonato do Mundo do próximo ano!“
Para além do desgaste físico, o calor extremo gerou protestos por parte dos atletas. A FIFPro recomenda um mês de férias para os jogadores profissionais, mas esse período foi encurtado para apenas três semanas, precisamente por causa da realização do Mundial de Clubes.
Num tom ainda mais crítico, Marchi comparou o atual cenário à decadência da Roma antiga: “É uma encenação de um espetáculo global digno do ‘pão e circo’ da Roma antiga. A FIFA continua a aumentar os seus lucros, mas à custa daqueles que jogam! Não é possível nenhum espetáculo se a voz dos jogadores for ignorada. Chegou a hora de os futebolistas serem verdadeiramente colocados no centro do jogo!“
Próxima edição já tem primeiros apurados
Entretanto, apesar da contestação, já se começa a preparar a próxima edição do Mundial de Clubes, em 2029. Embora ainda não se saiba onde decorrerá a prova, há já quatro equipas garantidas. Curiosamente, o Chelsea, atual campeão, não está entre elas. Por utro lado, o finalista vencido, o PSG, tem presença assegurada por ter conquistado a Champions League esta época.
O modelo de apuramento é simples: apenas os campeões continentais entre 2025 e 2028 garantem acesso direto. Para além do PSG, também já estão qualificados o Al Ahli (campeão asiático), o Pyramids (campeão africano) e o Cruz Azul (campeão da América do Norte). A primeira equipa da América do Sul será conhecida ainda este ano, com a final da Copa Libertadores.

Chelsea sagra-se campeão do mundo de clubes. Foto: Getty Images
Assim, o Chelsea, caso queira defender o título conquistado nos Estados Unidos, terá de o fazer com base no mérito desportivo, quer vencendo a próxima edição da Champions, quer acumulando boas campanhas que o coloquem entre os melhores clubes europeus do ciclo atual.