“O que já fazemos é histórico para Moçambique”, diz Pepo
Nos últimos tempos, Pepo tem sido um dos nomes mais em destaque da seleção de Moçambique. No dia 20 de março, os moçambicanos venceram o Uganda por 3-1, no Cairo, e o luso-moçambicano marcou dois golos – incluindo um golo olímpico – e fez uma assistência. O jogo contou para a quinta jornada do Grupo G de qualificação para o Mundial-2026. Os mambas estão, neste momento, isolados no segundo lugar e apenas a três pontos da líder Argélia.
Em que lugar ficará Moçambique no grupo de apuramento?
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O médio do Caldas SC estreou-se com a camisola da seleção em 2024 e, aos 31 anos, o jogador nascido em Portugal vive igualmente um momento especial com o país que é o local de origem da sua mãe. Em entrevista à FIFA, Pepo destacou, entre outros temas, o facto de Moçambique já estar a fazer história, mesmo que não se classifiquem para o campeonato do mundo.
“Sabemos que as contas ficaram mais difíceis com a derrota para a Argélia. Mesmo assim, ainda pensamos no primeiro lugar. Todas as equipes ainda podem deslizar e vamos tentar aproveitar os deslizes. Se não, lutaremos para estar entre os melhores segundos e acreditamos que vamos conseguir. Mas também temos a noção de que o que já fazemos é histórico para Moçambique e estamos muito orgulhosos do percurso“, começou assim por referir.
“Já tinha feito um golo de canto olímpico”
Qual terá sido o sentimento após o jogo e com um golo olímpico? Eis a resposta: “A sensação ao fim do jogo foi de que temos mesmo a oportunidade de ir ao Mundial. Quero muito pisar esses palcos, então ajudar com golos é uma sensação incrível. [Golo intencional ou não] O golo foi intencional, sim. O guarda-redes estava muito fora da baliza e eu aproveitei o facto de que havia muito vento a meu favor“, afirmou.
“Eu já tinha feito um golo de canto olímpico quando joguei pela União de Leiria – e foi filmado, tenho provas [risos]. Já tentei mais vezes e agora tive consegui de novo”, disse o experiente Pepo, que se mostrou igualmente orgulhoso por representar Moçambique, sendo que falou ainda da sua relação com Chiquinho Conde, selecionador do país.

Chiquinho Conde comanda o conjunto da seleção de Moçambique. Foto: FMF.
“Mais um para ajudar a seleção a atingir os objetivos”
“Eu já tinha sido convocado quando tinha 25 ou 26 anos. Mas, por questões pessoais, acabou por não acontecer. Passados alguns anos, quando eu já estava nas Caldas, com 30 anos de idade, o convite voltou a aparecer no momento certo“, relembrou.
[Conversas com Chiquinho Conde sobre o papel na equipa] “Sempre foram muito frontais e muito abertas. O meu papel ficou sempre muito óbvio, que era mais um para ajudar a seleção a atingir os objetivos. A verdade é que a seleção de Moçambique já tinha crescido muito antes da minha chegada. Aliás, já tinha ido ao CAN e estava com bons resultados. Portanto, o meu papel é ajudar e a ambição é a mesma de quando era mais jovem“, vincou o médio.

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Por fim, sobre o facto de representar os mambas, disse: “Para a minha mãe e os meus tios, não importa o resultado. É ótimo se eu ganhar e as coisas correrem bem, mas a verdade é que só o facto de eu ter sido chamado para representar Moçambique é um orgulho muito grande para todos nós. É um país que merece muito ser feliz. Por tudo que o passou e ainda passa, poder ajudar e contribuir dessa maneira com a alegria do futebol é uma sensação incrível“, concluiu.