Iñaki Williams é o irmão mais velho do craque Nico Williams
Em conferência de imprensa esta terça-feira, Inãki Williams, irmão mais velho do famoso Nico Williams, assegurou que “ser capitão” do Athletic Bilbao “significa muito”, sobretudo na fase atual, vincada pelo retrocesso social, em que “parece que a extrema-direita está na moda.”
Se há alguns anos, o racismo, a xenofobia, a extrema-direita eram condenados pela sociedade, que parecia manter bem viva, na memória coletiva, o Holocausto e o genocídio do povo judeu nos campos de concentração nazis, atualmente há uma estranha liberdade para a propagação do ódio à diferença racial e religiosa.

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Para Iñaki Williams, a fórmula de combater a impune desinformação nas redes sociais, a demagogia e a retórica, tem um método: “Nós, que temos voz, vamos tentar continuar a trabalhar, calar bocas e superar barreiras.”
Representar imigrantes
é um grande privilégio
“Parece casualidade a minha mãe ter-me dado à luz em Bilbau há 31 anos, mas, no final de contas, o destino é o destino“, afirma Iñaki Williams, que mostra uma eterna gratidão por todos os sacrifícios que os seus pais fizeram.
“Se não fosse pelos meus pais, eu e o Nico não estaríamos aqui. Temos a sorte de poder representar muita gente que vem de fora para ganhar o pão de cada dia. Ser uma referência no País Basco e em Espanha é importante para nós”, destaca o capitão do Athletic Bilbao.

Iñaki e Nico Williams foram alvo de racismo, um estranho e ilógico tipo de ódio que se baseia apenas na raiva pela diferença da cor da pele. Foto: Juan Manuel Serrano Arce/Getty Images
Filhos de imigrantes ganeses que atravessaram o deserto
Iñaki e Nico Williams, nascidos em Bilbau, cidadãos espanhóis, são filhos de pais ganeses que, para fugir à pobreza extrema – flagelo no continente africano que já parece ter caído na indiferença -, imigraram para Espanha. Mas, para chegar a solo europeu, o percurso foi, no mínimo, muito duro.

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Os pais tiveram que atravessar, descalços, o deserto do Saara e trepar a divisória montanhosa do Rife, que define a fronteira da cidade espanhola de Melilha, um território autónomo no norte de África, entre Marrocos e Espanha.