Di María despede-se do Benfica

Chega ao fim a segunda passagem de Ángel Di María no Benfica. Aos 37 anos, o antigo internacional argentino irá regressar ao seu país natal para defender o Rosario Central, clube de sua formação. Em entrevista ao site oficial das Águias, El Fideo homenageou os benfiquistas e garantiu que sonha em voltar um dia.

Relação com os adeptos: “Desde o primeiro dia que só tenho palavras de agradecimento para os Benfiquistas. Cheguei com 18 anos, sem ser ninguém, sem ter ganho nada, com a minha mãe, o meu pai, as minhas irmãs, e as pessoas adotaram-me como se fosse um filho da casa. Por isso, essa vontade de voltar a vestir a camisola do Benfica depois de tantos anos. Sinceramente, estou-lhes eternamente grato. É algo incrível para mim. Espero um dia voltar de outra forma e que continue a sentir esse carinho.”

Última passagem na Luz: “Vale sempre a pena regressar ao lugar onde nos sentimos em casa. A única coisa que me entristece é não ter conseguido mais títulos, não ter dado mais alegrias aos Benfiquistas, que desde o primeiro até ao último sempre apoiaram. É a única coisa que me entristece, mas sei que eles sabem que dei o meu melhor, como dou sempre.”

“Minha vida mudou para sempre”

Bis frente ao Porto: Acho que nessa fase foi quando eu estava num nível alto, sentia-me muito bem, com muita confiança. As coisas fluíam naturalmente. É difícil conseguir marcar dois golos num clássico, conseguir desfrutar de jogar futebol, porque foi um jogo incrível em todos os sentidos.”

Chegada de Di María ao Benfica: “É difícil quando se tem de sair do país. Eu disse-o muitas vezes no dia em que decidi vir para o Benfica, disse à minha família que ou vinham todos, ou eu não vinha. E a minha família aceitou vir e assumir essa responsabilidade, sabendo que iriam depender de mim, do que eu fosse capaz de fazer. Mas, enfim, esse é um dos momentos mais bonitos da minha carreira, porque a partir do dia em que cheguei e assinei contrato com este clube, a minha vida mudou para sempre.”

Maradona e Eusébio na Luz: “Acho que passei muitos momentos históricos aqui, muitos momentos lindos. Que o Diego [Armando Maradona] tenha vindo ao Estádio da Luz para me ver… Também consegui marcar um belo golo. Ele saiu de lá contente. Graças ao Benfica, graças àquele golo naquele momento, tive a possibilidade de ir ao meu primeiro Mundial.”

Di María celebra golo pelo Benfica, em 2008. Foto: Andreas Rentz/Bongarts/Getty Images

“No Benfica, para mim, foi tudo maravilhoso”

Messi e Cristiano Ronaldo: “É muito difícil escolher um. Acho que tive a oportunidade de jogar com uma geração de jogadores incríveis, porque joguei com o Leo [Messi], joguei com o Cris [Cristiano Ronaldo]… Tenho esse privilégio e tive a sorte de poder jogar com grandes jogadores, com goleadores, com jogadores do último passe, com jogadores com um talento incrível. E é isso que levo comigo, essa possibilidade e essa sorte de ter podido jogar com tantos craques.”

Confiança de Jorge Jesus: “Foi ele que me deu a oportunidade de jogar, que me colocou como titular indiscutível, que me deu a confiança de que eu precisava e, graças a ele, dei o salto e pude ir para o Real Madrid. Acho que ele foi um treinador que tirou o melhor de mim e fez com que eu pudesse explodir naquele ano.”

Momento ruim no Benfica? No Benfica, para mim, embora por vezes não tenha ganho títulos, foi tudo maravilhoso. Desde que cheguei com 18 anos até agora, que vou embora com 37, os cinco anos foram inesquecíveis. Porque me senti em casa sempre. Os dois lugares onde sempre me senti muito confortável foram em Rosário e em Lisboa. São duas cidades muito parecidas, são pequenas, onde é fácil movimentarmo-nos e as pessoas são muito parecidas, com carinho, com tudo. Então, é uma cidade incrível e acho difícil dizer que passei por momentos maus, porque às vezes, quando não se ganha dentro de campo, tens as pessoas fora que te consideram um ídolo, uma lenda, e isso deixa-te muito feliz.”