Um Mundial de Clubes que mudará a história do futebol?

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, afirmou que o Campeonato Mundial de Clubes, que arrancará este fim de semana, marca o início de uma “nova era” histórica para o futebol.

Numa entrevista à AFP, o dirigente criticou a política de venda de bilhetes da própria organização. Ademais, garantiu que os céticos, que questionaram a necessidade do Mundial, “mudarão rapidamente de opinião“: “Sim, começa uma nova era do futebol, uma nova era do futebol de clubes. Um pouco como quando, em 1930, teve início o primeiro Campeonato do Mundo. Hoje, todos falam desse torneio. É por isso que este também será histórico“, projetou.

“Queremos ser inclusivos. Queremos dar oportunidades a clubes de todo o mundo. O nosso objetivo é globalizar o futebol, torná-lo verdadeiramente global. Porque, quando se olha à superfície, dizemos que é o desporto número um do mundo e é, mas a elite continua concentrada em muito poucos clubes e de muito poucos países“, afirmou.

“O mundo inteiro vai perceber o que está a acontecer aqui”

O antigo secretário-geral da UEFA mencionou ainda que o novo torneio permitirá a participação de jogadores oriundos de mais de 80 países: “Países que nunca teriam a oportunidade de jogar num Campeonato do Mundo, de repente fazem parte de um Campeonato do Mundo e sentem-se parte dele, tanto eles como os adeptos”, disse Gianni Infantino, que recordou vários grandes jogadores do passado que nunca disputaram um Campeonato do Mundo.

Por outro lado, rejeitou as preocupações de que o torneio aumentasse o congestionamento de jogos. Contudo, reconheceu que alguns adeptos ainda não tinham a certeza do valor do torneio: “Acredito e estou convencido de que, assim que a bola começar a rolar, o mundo inteiro vai perceber o que está a acontecer aqui. É algo especial”, disse ele.

Hard Rock Stadium, o palco do primeiro jogo no Mundial de Clubes 2025. Foto: Carmen Mandato/Getty Images.

“Não queremos ver os estádios vazios”, aponta Infantino

No entanto, os variados relatos sobre a reduzida procura de bilhetes para os jogos levaram a críticas à política de venda de bilhetes e com “preços dinâmicos”, cada vez mais comuns nos Estados Unidos. Esse tipo de situação permite que os preços subam e desçam consoante a procura. No entanto, Gianni Infantino defendeu a decisão de oferecer grandes descontos aos estudantes em Miami.

“Sou uma pessoa positiva, mas criticam a FIFA se os preços são demasiado altos, depois criticam a FIFA se os preços são demasiado baixos. Depois criticam a FIFA se fizermos promoções de bilhetes com estudantes. Estudantes! Quando eu era estudante e não tinha dinheiro, teria adorado que a FIFA viesse ter comigo e me dissesse: ‘Queres vir ver um jogo do Mundial?’ Não queremos ver os estádios vazios. Aliás, acredito que os estádios estarão bastante cheios“, vincou.

Por fim, disse o seguinte: “Em termos de inclusão, de economia, de interesse dos adeptos, se considerarmos estes critérios, voltaremos a falar no final do Mundial. Mas, desde já, sinto-me positivo quando olho para o número de bilhetes vendidos e para os direitos televisivos. Digam-me uma competição de topo, hoje em dia, onde se possa ver futebol gratuitamente“, rematou, salientando a disponibilidade gratuita dos jogos nas transmissões do DAZN.