Sem papas na língua!
José Mourinho não esquece a final da Europa League entre Roma e Sevilha que decorreu na temporada 2022/23. O treinador português voltou a criticar a arbitragem do árbitro Anthony Taylor.
“A sensação é que estou em apuros na Europa. Perdi uma final de uma forma que ainda não aceito e, desde então, sinto-o”, disse o Special One em declarações à Sky Sports.
Nesse encontro, o então treinador da Roma reclamou a marcação de uma grande penalidade, que acabou por não ser assinalada e após o apito final fez uma espera ao juiz inglês no parque de estacionamento da Arena Puskás, em Budapeste.
Por essa atitude, foi castigado com quatro jogos nas bancadas. Nesse encontro, as duas equipas empataram a uma bola nos 120 minutos e da marca dos 11 metros o Sevilha venceu por 4-1.
Batalha perdida, diz Mou
Mourinho citou ainda a partida entre Fenerbhçe e Lille nos últimos playoffs de acesso a esta edição da Champions League. “Sinto que é injusto no sentido em que, no futebol, depois de sermos castigados deveria ser uma folha limpa. Deveria começar do zero, mas não começou. Fomos eliminados da Liga dos Campeões frente ao Lille com um penálti do VAR, aos 94 minutos, que só o VAR viu”, apontou.
Na semana passada, no reencontro com o Manchester United, Mou voltou à carga, reclamou de uma decisão da equipa de arbitragem liderada por Clément Turpin e foi expulso.
“Estava a gritar, como toda a gente no banco e no estádio: ‘É penálti, é penálti!’. Sem qualquer tipo de insulto. E recebi um cartão vermelho. Sei que é uma batalha que nunca poderei vencer. Mereço ser tratado como toda a gente. Em campo, não importa se és o Lionel Messi ou se estás a jogar o teu primeiro jogo”.
“As regras são as mesmas para o Messi e para o miúdo. E para os treinadores é a mesma coisa. Não importa se é Carlo Ancelotti ou um jovem treinador que está a começar. Ancelotti tem de se comportar da mesma forma que o miúdo. É isso que eu quero para mim e é isso que não estou a conseguir. Não quero ter um tratamento especial, quero um tratamento honesto. Só isso. Por isso, se fizer algo de errado, castiguem, mas se não fizer nada de errado, deixem-me em paz. Mas está a tornar-se difícil. Desde a final de Budapeste que está a ficar difícil”, acrescentou.
Vai ficar na Turquia
Aos 61 anos, o técnico luso decidiu aventurar-se no comando do Fenerbahçe. “Estou no período da minha carreira para estar sempre feliz e, neste momento, a jogar nas competições europeias, estou sempre a ficar chateado, mas não vou lutar contra a despromoção. É demasiado difícil! Sinceramente, acho que deve ser a coisa mais difícil, mais do que disputar títulos. Tem de ser muito difícil do ponto de vista emocional, porque é algo que muda vidas. Acho que só os corajosos é que o fazem”, disse.
Sobre um possível regresso à Premier League. “Adoro o país e um dia gostaria de regressar, a não ser que ninguém me queira. Mas vamos ser muito claros, nos próximos dois anos, nesta época e na próxima, ninguém me vai tirar do Fenerbahçe”.
Portugal no horizonte
Mourinho não escondeu ainda o desejo de um dia treinar a seleção de Portugal.
“É algo que gostaria de fazer, para ter a experiência de jogar num Campeonato do Mundo, num Europeu. Representar o meu País ou um a que me sinta ligado. Um dia sinto que isso vai acontecer, mas não agora. Ainda tenho demasiada energia para fazer um jogo por mês”, rematou.