O jovem Lamine Yamal foi alvo de insultos racistas no decorrer do clássico que opôs o Real Madrid ao Barcelona no Santiago Bernabéu: a denúncia nasceu nas redes sociais e o clube merengue já abriu uma investigação.

“Vai vender lenços para os semáforos”

O jogador de 17 anos marcou um dos golos com que o Barcelona goleou o Real Madrid e celebrou fazendo lembrar Cristiano Ronaldo e o seu inconfundível “eu estou aqui”: apontando para o chão e, posteriormente, para o nome impresso nas costas da sua camisola.

Os adeptos do Real Madrid responderam com insultos racistas: “Preto de m…“, ouve-se em alguns vídeos a circular na rede social X. Num segundo vídeo, pode mesmo perceber-se a referência depreciativa ao termo “menas“, que se refere aos menores estrangeiros que se encontram em Espanha, fugidos dos seus países, sem o cuidado formal de um adulto e em situação de vulnerabilidade.

Num segundo momento, quando se prepara para marcar um canto, Lamine Yamal é novamente atacado: “Marroquino de m…, vai vender panos para um semáforo“, ouve-se, em clara referência aos emigrantes desse país – recorde-se que o jogador, nascido em território espanhol, é filho de mãe guinéu-equatoriana e de pai marroquino.

A reação do Real Madrid

O clube merengue anunciou em comunicado que vai identificar os autores dos “lamentáveis e desprezíveis insultos” a Lamine Yamal, de forma a serem “adotadas as medidas disciplinares e judiciais pertinentes”.

O Real Madrid condena de forma contundente qualquer tipo de comportamento racista, xenófobo ou violento no futebol e no desporto, e lamenta profundamente os insultos proferidos por alguns adeptos num dos setores do nosso estádio”, pode ler-se também.

A reação da Liga espanhola

Também a La Liga reagiu em comunicado, garantindo manter-se “firme no compromisso de erradicar qualquer comportamento racista e de ódio dos seus estádios.

“A LA LIGA vai denunciar de imediato, ao Gabinete de Ódio da Polícia Nacional e à Unidade de Crimes de Ódio e Discriminação da Procuradoria-Geral do Estado, os insultos racistas dirigidos a jogadores do Barcelona”, garantiu a organização, frisando que “não há lugar no desporto para este flagelo”.