Papa Francisco e o futebol
O Papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos. O anúncio foi feito pelo Vaticano na Capela da Casa Santa Marta. Líder da Igreja Católica desde 2013, o Pontífice era um apaixonado por futebol. E um adepto declarado do Club Atlético San Lorenzo de Almagro.
Jorge Mario Bergoglio nasceu em 1936, em Buenos Aires, capital da Argentina. Quando foi eleito Bispo de Roma, cargo para o qual assumiu o nome de Papa Francisco, o clube lembrou em suas redes sociais que Bergoglio, além de Papa, era sócio ativo do San Lorenzo desde 2008.
No ano em que iniciou seu pontificado, El Ciclón, uma das alcunhas do emblema, venceu seu primeiro campeonato argentino em seis anos. Na época seguinte, em 2014, o San Lorenzo venceu seu primeiro título da Taça Libertadores da América, a maior competição de clubes da América do Sul.
“Azarado” e expulso do balneário
Após a vitória continental, o Papa Francisco recebeu a equipa do San Lorenzo no Vaticano. Para muitos adeptos católicos, não foi um coincidência a glória maior da história do clube ter ocorrido após o início de seu papado. No entanto, Jorge Bergoglio nem sempre foi visto como uma figura de sorte no clube.
Na década de 1990, quando era bispo auxiliar de Buenos Aires, Bergoglio tinha o hábito de benzer os jogadores do San Lorenzo antes das partidas. Contudo, numa ocasião, o treinador Alfio “Coco” Basile deu uma ordem para que o líder religioso fosse retirado do balneário.
Em 1998, Fernando Miele, então presidente do clube, levou o bispo para dar a benção ao plantel. Era um período de crise para o azulgrana. Ao ver a cena, o folclórico treinador, que comandou a seleção argentina no Mundial 1994, afirmou: “Mas se eu fui contratado justamente porque o San Lorenzo não ganha de ninguém! Pode mandar embora esse azarado“.
História de família, CR7 e Pelé
A paixão pelo clube veio do berço. Filho de imigrantes italianos, o Papa Francisco nasceu em Flores, bairro vizinho de Boedo, onde ficava o mítico Viejo Gasómetro, antigo estádio do San Lorenzo. Em artigo no GE, Douglas Ceconello contou uma anedota familiar dos Bergoglio. Segundo a história da família, quando Jorge nasceu, seu pai, Mario, terá dito: “Será que é muito cedo para levá-lo num jogo do San Lorenzo?“.
Em 2022, Dolores Aveiro, mãe de Cristiano Ronaldo, deu uma camisola do filho ao sumo pontífice. Um ano mais tarde, em entrevista à TV RAI, o Papa Francisco foi questionado sobre Messi e Maradona, os dois maiores jogadores argentinos de sempre. Contudo, sua resposta causou surpresa.
“Eu direi um terceiro: Pelé… Destes três, para mim, o maior é Pelé. Um homem de coração. Eu falei com Pelé, uma vez o encontrei num avião quando estava em Buenos Aires. Falámo-nos. Um homem de uma humanidade tão grande. Os três são grandes, mas cada um com sua especificidade.”