Rescaldo de Fenerbahçe x Benfica
O Fenerbahçe, de José Mourinho, não conseguiu sair do zero com o Benfica diante dos seus adeptos na Turquia na primeira mão do play-off da Champions League. O Special One considera que os encarnados defenderam-se bem e jogaram para empatar longe dos seus domínios.
“O Fenerbahçe não conseguiu marcar porque jogou contra um adversário que defendeu muito e bem. Com experiência suficiente para quando ficou com 10 o jogo ter acabado. Souberam gerir o jogo, utilizar as faltas invisíveis e com a vontade do árbitro em acabar com isto também“, começou Mourinho, na conferência de imprensa, após o encontro.
“Também não temos muitas opções para mudar o rumo do jogo. Este novo jogador que chegou ontem teria sido importante para nós hoje, porque não temos alas e jogadores rápidos para dar uma direção diferente ao jogo. Não tendo sido um jogo bonito, foi de alto nível. Foi um jogo de uma equipa que quis empatar e empatou e outra que o quis ganhar mas não conseguiu“, seguiu ele.
De seguida, Mourinho vê que Benfica utilizou a estratégia “correta” para travar o ímpeto ofensivo do Fenerbahçe dado à escolha pelo meio-campo. Ele ainda mencionou a utilização de Aursnes e Dedic pelo flanco direito.
“Não é uma crítica de todo, mas obviamente que a forma como jogaram teve uma intenção de parar uma equipa que eles também respeitaram. Têm mais potencial que nós, mas fico contente que tenham reconhecido a nossa capacidade. Quando jogas no meio-campo com Florentino, Enzo, Ríos, com Aursnes à direita com o Dedic a defender por dentro… A estratégia é correta. Fizeram bem. É um resultado que pensam que é bom para eles. Crítico? Não tem de nada. Já joguei em Barcelona com 10 defesas“, recorda o treinador.
Utilização de Akturkoglu e recusa favoritismo ao Benfica
Akturkoglu no onze do Benfica: “Pensei que o Benfica só pensou, e na minha opinião bem, no aspeto desportivo e não no aspeto económico. O Benfica tinha a oportunidade de vender o jogador por números importantes, mas deu completa prioridade à situação desportiva. O jogador queria jogar e de cima receberam a luz verde para o pôr a jogar. Foram um clube grande. Para mim não foi uma grande surpresa, honestamente.”
Baixo aproveitamento na bola parada: “Tenho a dizer que tivemos três pontapés de canto que a bola não passou do primeiro homem. E se te disser que hoje de manhã estivemos a trabalhar bolas paradas, estou a dizer a verdade. Podes ter jogadores com 2 metros, mas se a bola não passa do primeiro homem, não existe perigo. Eu recordo-me de três, se calhar até foram mais.”
Favoritismo ao Benfica por jogar na Luz: “Não atribuo. Continuo a dizer a mesma coisa, que é uma grande equipa, e hoje mostrou isso, a forma como souberam gerir o jogo e com jogadores com grande experiência. Claro que é outra coisa jogar fora e jogar em casa. Mas é uma questão de princípio. Se for eliminado na Luz, serei o primeiro a dar os parabéns, mas recuso-me a dizer que está acabado porque não acredito que está acabado.”
A boa exibição defensiva do Fenerbahçe e a 2.ª mão na Luz: “Defendemos bem como equipa, mas também havia pouco para defender. Parámos contra-ataques, bloqueámos saídas. Tiveram bola por alguns períodos porque colocavam muitos jogadores atrás. Foi um jogo sem perigo. Um jogo em que não houve um único ‘ai’ com uma bola em que se aproximasse da nossa baliza. Não quero pensar em Lisboa, quero pensar no jogo de sábado, mas obviamente que o Benfica terá uma atitude diferente e uma ambição diferente. Se ganharem, passam. É básico, mas para nós também. Se ganharmos, passamos. Não temos de ganhar 3-0, 4-0 ou 5-0 como o Nice precisava de ganhar. O ano passado perdemos aqui com o Rangers por 2-0 e quase passávamos. Não quero comparar o Rangers com o Benfica, mas estamos vivos.”