PSG conquista Champions League
O PSG viveu, este sábado (31), uma noite memorável em Munique, ao derrotar o Inter Milão por 5-0 na final da Champions League. Com este triunfo expressivo, o clube francês fez história ao erguer o troféu pela primeira vez; não apenas pelo título, mas sobretudo pela equipa coesa e o futebol entusiasmante que apresentou ao longo da campanha.
Sob o comando de Luis Enrique, o PSG deixou para trás a imagem de um conjunto de estrelas soltas e transformou-se num verdadeiro coletivo. Nesta edição, eliminou adversários de peso como o Liverpool, o Aston Villa e o Arsenal até alcançar a grande final. Mais do que os números, que podem (ou não) contar a história do encontro, o clube permaneceu fiel a um futebol positivo e envolvente, cerebral mas também emotivo. Mas que futebol é este?
Futebol com personalidade
Nesta final, o PSG apresentou o onze titular mais jovem do século XXI em finais da Champions League, com uma média de idades inferior a 26 anos, segundo dados da OPTA. Apesar da juventude, a equipa parisiense entrou no jogo com personalidade, algo que durante muitos anos lhe faltou em momentos decisivos. O adversário foi assim empurrado para o seu meio-campo e pressionado de forma intensa. Com 59% de posse de bola, a equipa não só controlou o esférico como soube o que fazer com ele.
Então, o PSG inaugurou aos 12 minutos, quando Achraf Hakimi surgiu no coração da área para finalizar uma excelente jogada coletiva. Aparecendo por dentro, o lateral marroquino cumpriu assim um dos desígnios táticos de Luis Enrique. Além disso, com este golo, igualou o recorde de envolvimento ofensivo de um defesa numa só edição da prova, somando 4 golos e 5 assistências.
Os dois golos seguintes revelaram ao mundo uma nova estrela, num clube que deixou de comprá-las e passou a formá-las. Após assistir Hakimi, Désiré Doué aumentou a vantagem com um remate desviado e, já na segunda parte, fez o 3-0 com frieza perante o guarda-redes. Aos 19 anos, tornou-se no primeiro jogador a participar em três golos ou mais numa final da Champions.
Enquanto a equipa construiu a goleada, Vitinha organizou um jogo de sentido único. Além da visão de jogo, o internacional português tem uma coragem para arriscar que o transforma num dos melhores médios do mundo. Assim, ele demonstrou todos os seus atributos quando rasgou a defensiva adversária com um passe soberbo para o primeiro golo, e depois quando subiu no terreno e assistir Doué para o terceiro.
Coletivo com coração
Houve muitos destaques na vitória do PSG. Por exemplo, o quarto golo teve início numa recuperação de bola de Nuno Mendes e Khvicha Kvaratskhelia brilhou na conclusão. No entanto, Ousmane Dembélé foi destaque durante toda a partida. Sem marcar, foi crucial no desempenho ofensivo da equipa: abriu espaços, desequilibrou defesas e somou duas assistências. Assim, pelo desempenho nesta temporada, é um candidato sério à Bola de Ouro.
A festa começou oficialmente com o quinto golo, numa jogada que reforça a aposta na juventude: Mayulu combinou com Barcola e selou uma vitória histórica. Porque, com este resultado, o PSG tornou-se na primeira equipa a vencer uma final da Champions League com uma diferença de cinco golos.
Além disso, Luis Enrique tornou-se no segundo treinador a conquistar a ‘tripla’ de campeonato, taça e Champions por dois clubes, igualando Pep Guardiola. Mas como o futebol é muito mais do que tática e até golos, o foco esteve na homenagem à filha Xana, falecida precocemente. Assim, numa noite de consagração, Luis Enrique mostrou que, para além do génio táctico, carrega também um enorme coração; um coração partilhada por toda uma equipa.