A ida de Jürgen Klopp para o cargo de diretor-geral de futebol da Red Bull, a partir de 2025, teve uma repercussão natural na imprensa alemã. O tom das muitas críticas não foi suave e esta opção de carreira gerou bastante polémica. Até há quem diga que trocou os valores tradicionais do futebol pelo dinheiro.

Ligação ao clube mais odiado da Alemanha

Lembramos que o treinador alemão deixou o Liverpool no fim da época passada, depois de 9 temporadas no clube inglês. Um dos principais motivos esteve relacionado com a sua necessidade de descanso.

Entretanto, recentemente, anunciou o seu regresso ao ativo, para o próximo ano. Klopp vai trabalhar com a Red Bull, conhecida empresa de bebidas energéticas, e estará envolvido com o RB Leipzig (Alemanha), o Red Bull Salzburgo e FC Liefering (Áustria), os New York Red Bulls (EUA) e o Red Bull Bragantino (Brasil).

O projeto da Red Bull tem no RB Leipzig o seu mais famoso “cliente”, neste momento. Só que, em solo alemão, a crítica costuma ser maior para tudo o que esteja relacionado com o atual líder da Bundesliga (empatado com o Bayern). A tradição inerente no futebol germânico não acolheu bem a ideia deste género de clube-empresa e, devido a tal, o Leipzig acaba por ser o clube mais odiado da Alemanha.

De “Normal One” para “Hated One”?

Tendo tudo isso em conta, Jürgen Klopp, como passará a integrar o projeto desta marca, dificilmente escaparia às críticas. Durante toda a carreira, o “rival” de Pep Guardiola foi visto como porta-voz do futebol na Alemanha, representando o país e criando uma cultura aproximada com os adeptos. Isso notou-se particularmente quando treinou o Mainz e, mais ainda, quando esteve no banco do Borussia Dortmund.

O novo elemento da Red Bull tomou, então, uma opção muito contestada pelos adeptos e pela imprensa. Por exemplo, o Der Spiegel referiu que Klopp apresentou-se como o “The Normal One” em Liverpool (em alusão ao “The Special One”, ligado a José Mourinho) e isso foi elogiado. Mas a linha entre o elogio e a crítica pode ser ténue e, neste momento, as críticas são muito maiores. O “Normal One” (o normal) poderá passar a “Hated One” (o odiado)?

As críticas a Jürgen Klopp fazem sentido?

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“Talvez (…) não ame o futebol como sempre disse”

Interiorizou os mecanismos normais da indústria: o dinheiro. Esta notícia causou grande mal-estar entre os adeptos”, salientou o jornal alemão. O T-Online referiu que o treinador perdeu “a sua imagem de homem inocente” e que “Klopp, aparentemente, está a fazer um pacto com o diabo.

O mesmo portal afirmou o seguinte: “Vai contra o que ele representa. Para muitos parece que Klopp fez um pacto com o diabo, derrubou num instante o seu próprio monumento. A sua reputação como ícone carismático do futebol alemão está seriamente danificada, deixando muitos incrédulos. Talvez este homem não ame o futebol como sempre disse, deixando no ar dúvidas sobre os reais sentimentos do treinador para com a modalidade.

Por fim, mais longe na crítica e na dureza das palavras foi o jornalista Günter Klein, do Münchner Merkur. “Klopp está tão errado quanto os seus dentes. O dia em que Klopp morreu”, referiu através da rede social X e também em alusão aos problemas que, há uns anos, o treinador teve com os dentes.