Na conferência de imprensa de análise à vitória do Sporting frente ao Nacional, o ainda treinador Rúben Amorim foi questionado sobre o interesse do Manchester United e a provável saída do comando técnico dos leões. Sem dar respostas concretas, a certeza é apenas uma: o português continua a trabalhar em Alcochete.

“Vai passar pela minha decisão”

Logo na flash-interview, após o apito final, o ainda técnico leonino falou pela primeira vez sobre o tema. Aos microfones da SportTV, e confrontado com um possível adeus, disse: “Ninguém sabe se foi jogo de despedida ou se haverá despedida. Isso é um assunto que ainda não está decidido e por isso vamos fazer a análise do jogo”, pediu.

Após alguma insistência do jornalista do canal, Amorim acabou por dar uma resposta mais concreta sobre o estado das negociações – mas não com a abertura que se lhe reconhece.

“Não tenho nada a dizer aos adeptos. Tudo o que eu diga vai criar mais ruído. Há o comunicado [do Sporting]; de resto, não sabemos ao certo os pormenores, e, portanto, vamos ver. Vai passar pela minha decisão, como disse o comunicado, mas cá estarei para assumir quando tiver certezas de tudo. Será mais fácil aí”, garantiu.

Os adeptos, esses, têm demonstrado a natural ansiedade provocada por ver muito perto de partir o treinador que devolveu ao Sporting a glória há muito perseguida. E mostraram-no nas bancadas, com Amorim a destacar o “jogo estranho, com um ambiente também estranho“, que não impediu ainda assim a equipa leonina de se qualificar para a final four da Allianz Cup.

Ruído e mais ruído

Já no Auditório Joaquim Agostinho, Rúben voltou a ser questionado – mais dizer, bombardeado – com perguntas dos jornalistas portugueses e ingleses presentes na sala. Foi-se repetindo, garantindo nada ter de concreto para dizer, e que insistir no tema seria criar “mais ruído”.

Amorim elogiou, ainda assim, o projeto do Sporting, garantindo ser feliz em Alvalade, e nunca ter mentido em relação ao compromisso de ficar para tentar a conquista do bicampeonato. “A única vez em que faltei à minha palavra foi no dia do avião. Tenho a máxima estabilidade, sou muito feliz aqui, gosto muito do meu staff. Mas uma coisa não impede a outra.

Vamos ver o que acontece no futuro. Existe um clube interessado. Há uma cláusula, a intenção de pagar. Estas coisas eu não controlo: o que controlo é o que vem aí para a frente. Neste momento não há decisão tomada“, frisou.

E garantiu que em nada o interesse do Manchester United afeta o objetivo do Sporting nas competições em disputa: “Quero que nós todos sejamos bicampeões, que se ganhe a Taça e a Taça da Liga”, na sua ausência ou presença.

O que pedem adeptos e jogadores

A insatisfação palpável em Alvalade e a reação dos jogadores às notícias foram tópicos aos quais o ainda treinador do Sporting não fugiu: Rúben Amorim reconheceu a diferença no ambiente.

Claro que os adeptos estão revoltados. Têm muito carinho por mim e pelo meu trabalho. As pessoas têm de sentir aquilo que têm de sentir neste momento”, começou por dizer.

“Os próprios jogadores também foram para o estágio e eu senti-os diferentes. Mas não precisam de fazer pedido nenhum porque eu sei aquilo que os jogadores querem“, disse.

Viktor Gyökeres foi também ele questionado no final do jogo. Perante o cenário de imaginar um Sporting sem Amorim, o sueco garantiu “não colocar energia” no tema. “Ele está aqui”, disse.

O Estrela da Amadora

Do discurso de Amorim ficou precisamente uma garantia, confirmada esta manhã: “O que eu sei é que vou estar no treino e vou preparar o jogo com o Estrela da Amadora“.

Perto das 9h15 da manhã de quarta-feira (30), o técnico chegou à Academia onde vai orientar mais uma sessão de trabalho do Sporting. As notícias mais recentes dão conta de que o jogo frente aos tricolores, esse sim, marcará o adeus de Rúben Amorim ao clube, sendo depois sucedido por João Pereira.

Neste momento, é expectável que o treinador oriente a equipa leonina na sexta-feira (1), rumando a Inglaterra ainda no fim-de-semana. Recorde-se que os red devils enfrentam-se ao Chelsea, em Old Trafford, no domingo (3).