Benfica recebe esta quarta-feira o Santa Clara, em jogo a contar para os quartos-de-final da Allianz Cup (30/10, às 20h15). Bruno Lage fez a antevisão do encontro, falou da sobrecarga de jogos e da importância dos jogadores que têm saltado do banco.

Bruno Lage, o Benfica x Santa Clara e mais 9 (tópicos)

O Santa Clara

Não prevejo uma equipa diferente do que aquela que jogou há cerca de mês e meio connosco. Assim como para nós, nada muda. Desde o momento em que cá cheguei todos os jogos são encarados como finais. Amanhã é mais uma.

Temos de estar na final four e novamente com a ambição de fazer um grande jogo. É um adversário muito competente, que está a fazer uma excelente campanha no campeonato. Temos de fazer uma grande exibição e seguir em frente na prova”.

A competição prioritária

“Neste momento, a prioridade é sempre o próximo jogo. Procurar a consistência que pretendemos ter. Há duas coisas que vão sempre contra essa ambição: o espaço temporal em que, por vezes, ficamos sem competir, e as alterações sem uma base sólida.

Vou olhar para o jogo da mesma forma que olhei para o último. Se entender que há outros jogadores que podem entrar para o onze, assim o farei“.

O futuro de Rúben Amorim

“Entendo que é o assunto do momento, mas para nós o assunto do momento é o Santa Clara. O Rúben é treinador do Sporting, não vamos jogar contra o Sporting. O importante para nós, e a competir de três em três dias, é estarmos muito focados no Vasco [Matos] e no seu excelente trabalho no Santa Clara”.

O momento de Renato Sanches

“Todos podem ser titulares a qualquer momento. O Renato tem dado boas respostas nos jogos em que entrou e nos treinos que tem vindo a realizar. Foi contratação do clube, todos acreditam nele e todos o conhecem.

Eu já o treinei no Swansea e todos sabem do impacto que teve lá e o quanto lamentámos a sua lesão após o contributo que deu à equipa. É muito importante para nós, mas coloco-o à semelhança dos outros, que têm feito um trabalho muito positivo. Estão todos próximos de jogar.

A jogar de três em três dias não há titulares, há aquilo que quero que a equipa tenha: cada vez mais consistência de rendimento. E sinto que esta equipa o pode atingir”.

Comparação entre Pavlidis e os pontas-de-lança adversários

“É uma pergunta muito interessante, mas temos de olhar para a questão em termos coletivos; quando olho para os dados, vejo que temos, nos jogos que realizei enquanto treinador, 26 golos marcados e seis sofridos.

Estou satisfeito com o rendimento ofensivo da equipa. Para os golos surgirem tem de haver um trabalho de toda a gente, e toda a gente ataca e defende. As movimentações do Pavlidis são muito importantes, especialmente para o Kerem [Aktürkoğlu] fazer os golos que fez.

Acreditamos que com tempo e trabalho todos vão melhorar. Há três jogos, Pavlidis jogou na seleção e marcou dois golos em Wembley. O mais importante é dar total confiança a todos os jogadores para que eles possam contribuir a cada oportunidade”.

Pavlidis, aindae a pressão que sente quando não marca

“Vou usar a palavra que usou: pressão. Pressão é o que têm de fazer quando temos de defender. E todos têm feito um trabalho fantástico nesse sentido. Reforço que a visão da nossa parte tem de estar na análise coletiva.

O ponta-de-lança vive de golos, gosta de dar o contributo com golos, é sempre o jogador que é avaliado em função dos golos, o único contributo mais visível às vezes é esse. Mas temos de ver a questão de outra maneira”.

Contributo desde o banco de suplentes

“Estão a tocar nos jogadores que têm saltado do banco e dado um contributo enorme. Deixa-me muito satisfeito. Foi o Renato, o Amdouni, o Schjelderup, e até vou falar do Beste, que ainda não mencionaram, mas que fez dois bons jogos quando entrou.

No último jogo senti que, para aquele momento, tinha de fazer uma alteração em termos de estratégia e exposição da equipa, e coloquei o Beste em campo para tirar o Florentino.

É dessa maneira que vamos jogar amanhã: olhar para o que os jogadores têm vindo a fazer. O que quero, neste momento, é que eles percebam que têm de dar o contributo quando forem chamados“.

Boletim médico

Leandro Barreiro, Prestianni e Tiago Gouveia estão a evoluir muito bem, treinaram à parte. Ainda não estão com a equipa”.

Calendário apertado e o novo formato da Allianz Cup

“Vou por partes. Acho que a competição faz sentido, mas preferia uma fase de grupos. O que gostava era de ter tempo para treinar. Independentemente de ter feito a pré-época ou não, temos de pensar e ponderar o tempo que há para treinar.

Os jogadores precisam de ter tempo para treinar, recuperar, e depois voltar à competição. Queria refletir um pouco acerca do que acontecia há cinco anos. Tínhamos mais tempo para treinar entre jogos, até mesmo entre períodos para a seleção.

Temos de arranjar um espaço temporal entre jogos e depois enquadrar as competições, poder jogar para as ligas nacionais no fim-de-semana, da Liga dos Campeões a meio da semana.

Mas acho que devia haver mais espaço. Qualquer dia só temos a pré-época para o fazer. Se daqui para a frente houver mais uma competição, nem isso vamos ter… Para a qualidade dos jogos, para haver menos lesões, acho que o espaço entre jogos devia ser maior. E para as equipas tomarem automatismos”.