O adeus de Antoine Griezmann à seleção francesa foi uma das principais notícias desta segunda-feira que passou e apanhou muitos de surpresa. Porém, a imprensa internacional revelou que a situação já estava diferente para o avançado, principalmente no centro de treinos de França.

O núcleo desfeito e a perda de referência

Primeiramente, o núcleo da equipa com quem o homem do Atlético de Madrid ganhou o Mundial em 2018 e perdeu a final em 2022 foi-se desfazendo. As saídas de jogadores como Hugo Lloris, Steve Mandanda, Raphael Varane, Samuel Umtiti, Paul Pogba ou Olivier Giroud foram marcantes.

Além disso, no último Europeu e segundo a imprensa espanhola, o jogador de 33 anos constatou que as coisas não eram as mesmas e sentia que perdera o papel de referência da equipa. Ficou no banco em alguns jogos, o que não é agradável para um jogador com o seu estatuto. Também, noutras partidas, apesar de ser titular, teve que fazer várias posições para outro craque, Kylian Mbappé, ser potenciado ao máximo pelo selecionador Didier Deschamps.

Declarações de Mbappé e Deschamps

Entretanto, o comandante de França entregou ainda a braçadeira de capitão a Mbappé, com Griezmann a ficar como o número dois, apesar da maior experiência do segundo. Curiosamente, segundo a imprensa relatou na altura do Europeu, o grupo não estava tão unido em torno do selecionador como já tinha estado noutras alturas.

Curiosamente, o craque do Real Madrid também se pronunciou sobre o assunto: “Compreendo e respeito a decisão.” Acrescentando ainda que “vestir esta camisola exige sempre mais, sem trazer o reconhecimento que lhe está associado. Farás sempre parte da história da seleção francesa. E eu nunca esquecerei a honra e o prazer que foi jogar ao teu lado durante tantos anos, salientou o companheiro de seleção, mas atual rival na liga espanhola.

De referir que Antoine Griezmann foi suplente na meia-final do Euro’2024 com a Espanha e foi igualmente suplente em 3 dos últimos 6 jogos da equipa gaulesa. Por outro lado, em comunicado, o selecionador gaulês prestou a devida homenagem ao jogador do Atlético. Tendo orientado o craque francês nos últimos 10 anos, os elogios foram vários, principalmente à forma como Griezmann geriu toda a situação.

“Após uma longa e cuidadosa reflexão, o Antoine decidiu pôr fim à sua carreira internacional. Tivemos uma longa conversa sobre isso recentemente. Desde que se estreou na seleção francesa, há 10 anos, ele e eu temos uma relação de confiança e franqueza. Nunca é fácil dizer adeus à seleção francesa. Especialmente quando a representamos tão bem”, começou por referir Deschamps, acrescentando ainda que Griezmann é um dos melhores jogadores da história da seleção.

Uma relação “que permanecerá intacta”

Por fim, o selecionador recordou alguns comentários que referiam que Griezmann era o seu preferido e destacou que a relação entre os dois permanecerá intacta. “É claro que é com grande emoção que constato a retirada internacional. Já se disse muitas vezes que o Antoine era o meu preferido. De facto, criámos uma relação muito forte, que permanecerá intacta. Do fundo do coração, obrigado por tudo meu Grizou”, terminando, assim, com palavras de agradecimento ao seu “ex-pupilo”.

Segundo a imprensa, é possível comprovar a surpresa do anúncio, porque a decisão de Antoine Griezmann era apenas do conhecimento da sua família. Nem sequer o Atlético Madrid estaria à espera de tais declarações. Ainda assim, o avançado falou com Didier Deschamps antes de anunciar publicamente a sua saída.