Aos 11 anos, atrás de um sonho
João Félix é o mais recente convidado do podcast ‘Geração 90’, do Expresso. Ao longo de 40 minutos, o jogador do Chelsea falou com a atriz Júlia Palha sobre o início da sua carreira, marcada pela mudança do FC Porto para o Benfica, mas também sobre a pressão de ser futebolista profissional e os objetivos para o futuro.
O avançado começou por regressar atrás no tempo, chamando à conversa o menino que, aos 11 anos, saiu da sua Viseu natal para jogar no FC Porto. Na primeira noite a dormir na Casa do Dragão, ligou ao pai a pedir-lhe que o fosse buscar. Tinha saudades de casa – e levou, então, o primeiro de vários ensinamentos que, do futebol, assimilou para a vida.
“Ele avisou-me que se me fosse buscar naquele dia não me voltava a levar. Disse-me: ‘Tens de fazer sacrifícios se há um nível a que queres chegar. Vai custar agora, vai custar daqui a uns tempos, mas tens de passar por cima‘. Esteve ali cinco ou dez minutos a falar comigo. Desde esse dia nunca mais tive o sentimento de que não aguentava mais”.
A mudança para o Benfica
No entanto, aos 15 anos, João Félix sofreu novo tropeção, com o fim da ligação aos dragões. Ponderou regressar a casa, mas uma nova oportunidade bateu-lhe à porta: “Acaba por surgir através do meu irmão. Ele estava a jogar muito bem e o Benfica queria-o. Acabei por ir também”, revelou, sobre a mudança para o Seixal, agora acompanhado do mano Hugo.
E o resto é história. Depois da formação, aconteceu “tudo muito rápido”: em seis meses, chegou à equipa A, fez 43 jogos, 20 golos e 8 assistências. Venceu a Liga Portugal e tornou-se o jogador português mais caro de sempre. Tinha 19 anos. Custou então, ao Atlético de Madrid, 126 milhões de euros.
Assume que era uma oportunidade única: “Com 19 anos, talvez tenha sido tudo rápido demais. Mas há vários casos de jogadores que aparecem, estão muito bem, depois deixam de jogar e não chegam a rebentar. Tive de aproveitar“.
A pressão e o futuro
João Félix garante que, agora como então, não sente qualquer pressão quando entra em campo. “Se vais fazer uma coisa em que sabes que és bom, e tens confiança, não tens necessidade de sentir pressão. Se sentires pressão, as coisas vão sair pior”, disse, falando sobre o primeiro golo enquanto profissional: foi contra o Sporting e foi “arrepiante”.
No entanto, admite ter medo de não atingir o potencial máximo das suas capacidades. “Tenho medo de falhar comigo, de me desiludir a mim mesmo. Há coisas que eu sei que posso atingir e receio não atingir por culpa minha. Sei bem o que quero, sei bem o que tenho de fazer para o conseguir. O meu único medo é, por alguma razão, desencaminhar-me desse caminho”, confessou.
O avançado do Chelsea e da Seleção Portuguesa contou ainda quais os seus maiores sonhos: vencer o Mundial com as quinas ao peito e conquistar uma Champions League. E acredita que conseguirá ambos. “O melhor ainda está por vir”, garantiu.