Benfica volta a atacar Liga Portugal
Com a época terminada após a eliminação do Mundial de Clubes, o Benfica aproveita as férias antes de iniciar a preparação para a temporada 2025/26. Ainda assim, a estrutura encarnada mantém-se no mercado de transferências, enquanto as eleições de outubro poderão trazer incerteza quanto ao futuro.
Entretanto, o final da época em Portugal ficou marcado pela polémica. Sem qualquer título conquistado, os encarnados emitiram um comunicado onde anunciaram medidas firmes, em protesto contra lances de arbitragem contestados em jogos decisivos. Entre essas medidas, estava a suspensão da participação nos grupos de trabalho da centralização dos direitos televisivos, promovida pela Liga Portugal.
Esta quarta-feira (9), através de uma carta enviada ao presidente da Liga, Reinaldo Teixeira, Rui Costa deu um novo passo. Além de confirmar a suspensão do seu lugar no grupo Liga Centralização, o presidente das águias anunciou a intenção de parar todo o o processo de centralização, previsto para 2028, ao abrigo de um decreto-lei de 2021. O clube justifica então que não acredita que o modelo atual satisfaça as necessidades do futebol português.
Águias querem travar centralização dos dirietos televisivos
No extenso comunicado, o Benfica começou por expor várias preocupações em relação ao momento que atravessa o futebol português. Então, critica a Liga Portugal pela ausência de medidas concretas no processo de centralização. Por isso, as águias vão solicitar audiências urgentes ao Governo e aos grupos parlamentares, para explicar a situação e apresentar alternativas viáveis.
De acordo com o clube, “o atual processo de centralização está atrasado, em risco de falhar objetivos e já desatualizado face ao contexto internacional”. Apesar de reafirmar a sua solidariedade para com a “missão” do futebol português, o Benfica assume-se igualmente como “realista relativamente ao seu valor no mercado”.
O Benfica tem razão nas suas críticas à Liga Portugal?
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Por isso, sublinha que “não se deve avançar sem uma visão clara e um plano que crie as condições necessárias” para o sucesso da centralização. Assim, defende a definição de projeções de receitas por modelo competitivo, regras de distribuição, investimentos em infraestruturas e tecnologia, medidas de combate à piratari e, propostas de revisão fiscal e do regime de seguros desportivos.
Encarnados denunciam previsões sem fundamento
No seguimento desta posição, o Benfica acusa a Liga Portugal de ter perdido tempo precioso no processo, defendo que a “aspiração de 300 milhões de euros por época carece de fundamentação credível à luz da realidade atual”. Aponta ainda a falta de apresentação de “modelos alternativos”, a inexistência de um “processo real de consulta” e a ausência de uma “reflexão sobre quadros competitivos” e investimento em infraestruturas.
Outra crítica recai sobre a inexistência de uma “estratégia clara de internacionalização da Liga”, assim como sobre o mercado de direitos televisivos em Portugal, que o Benfica considera “excessivamente concentrado e sem concorrência real entre operadores”. Os encarnados manifestam também preocupações com a “preço elevado para o consumidor final“.
Por tudo isso, o Benfica alerta que “será impossível atingir a meta dos 300 milhões de euros anuais em receitas”. O clube aponta assim que, tendo em conta a realidade do atual mercado audiovisual, “é provável que o valor da centralização não atinja sequer os 150-200 milhões de euros”, o que traria prejuízo a todos os clubes.