Treinador espanhol também abordou a última época do Manchester City e fez uma espécie de rescaldo da carreira
Pep Guardiola não poderia ser mais claro quando questionado ao que tem em mente após o término do vínculo com o Manchester City, em 2027. “Adoraria estar num Mundial, num Europeu, numa Copa América. Sempre pensei nisso. Mas depende de muitas, muitas coisas. Se acontecer, tudo bem. Se não acontecer, tudo bem também”, declarou, de forma frontal, o reputado técnico catalão.
Relativamente à última época, de notório insucesso, muito abaixo dos níveis que o Manchester City havia apresentado em anos anteriores, Pep Guardiola procurou, em entrevista à Reuters, encontrar razões e não escondeu a sua parte de responsabilidade: “Enfrentámos tantas dificuldades, maiores devido a lesões, relaxamento, não fui suficientemente bom… por vários motivos.”
Na temporada 2024/25, o Manchester City só ganhou um título, o Charity Shield, equivalente à Supertaça, no primeiro jogo oficial da temporada, ficou-se pelo 3.º lugar na Premier League e perdeu a final da Taça de Inglaterra, por 1-0, para o Crystal Palace no fecho da temporada.
Guardiola retira ilações positivas da última época
Apesar de tudo, Pep Guardiola identifica alguns aspetos positivos na temporada transata. “Talvez a análise sobre o meu período seja que a última temporada foi melhor. A classificar-me para a Champions quando estávamos prestes a não conseguir. Sucesso é quantas vezes você se levanta quando cai. Caia, levante-se. Caia, levante-se. Esse é o maior sucesso”, assinala o técnico do Manchester City.
Ainda segundo o treinador espanhol, os momentos negativos também têm uma importante parte positiva: “Os vencedores são chatos. É bom ver os perdedores. É aí que realmente se aprende. Acha que me sinto especial por ter ganho tantos títulos? Não! Esqueça.”
Espanhol não se sente especial nem um génio
“Não quero fingir humildade. É claro que sou bom! Tenho provado isso ao longo de muitos anos, mas o sucesso que tive fez-me ser o escolhido, em certos momentos, para liderar Lionel Messi e outros, para estar nesses lugares”, afirma Pep Guardiola, prosseguindo: “Formei equipas incríveis, mas outros técnicos, no momento certo, naquela posição, talvez pudessem ter feito o mesmo.”
Para o treinador do Manchester City, é um exagero quando o qualificam com adjetivos como génio, entre outros. E explica por que razão acha isso exagerado: “Acha que me sinto especial porque ganhei tantos títulos? Não! Esqueça. Eu sinto que especial é o médico que salva vidas. As pessoas que inventaram a penicilina. Esses são génios. Eu? Génio? Esqueça.”
De qualquer forma, apesar do ponto de vista (válido, obviamente), de Pep Guardiola, o catalão continua a ser considerado um génio, um predestinado como treinador de futebol, por diversas razões. Notabilizou-se pelo tiki taka no Barcelona, pela forma como as suas equipas saíam com a bola controlada, no pé, recusando o pontapé para a frente, pela inclusão do guarda-redes como fator de vantagem numérica e participante ativo na construção de jogo, enfim, a lista é, de facto, longa.